Mais de 300 pessoas participaram do protesto em frente à Bolsa de Valores de SP, nesta terça (14), contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp.
Além de profissionais do saneamento e energia elétrica, o ato reuniu Sindicatos, Federações, movimentos populares, Centrais Sindicais e parlamentares contra a intenção do governador Tarcísio de Freitas de entregar o sistema de água e saneamento à iniciativa privada.
Secretário de Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), Renê Vicente, explica que o objetivo foi alcançado: fazer com que a luta ganhe caráter nacional. “O movimento se ampliou. Participaram trabalhadores de dez estados, entre eles, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Roraima, Goiás”.
Lucrativa – A Sabesp atende atualmente 375 municípios paulistas, onde vivem 28,4 milhões de pessoas. Somente no primeiro semestre do ano passado, lucrou 1,4 bilhão de reais.
Para Murilo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros no estado de SP (Seesp) nada justifica a entrega da empresa – que é lucrativa, eficiente e referência internacional – para a administração privada. “Naturalmente, as empresas que assumirem as concessões terão interesse apenas nos setores considerados lucrativos, deixando ao poder público desaparelhado a tarefa de levar água e esgoto ao restante dos locais”, afirmou o presidente do Seesp.
População – Durante o ato, sindicalistas alertam que a campanha não interessa apenas aos trabalhadores do setor, mas à população em geral, que será penalizada com o aumento da tarifa, além do risco de desabastecimento nos munícipios mais pobres, que terão alto custo, diante da necessidade de investimentos.
“O custo para encher uma caixa d’agua de 40 litros é de R$ 0,40, enquanto o preço de uma garrafa de água de 200ml não sai por menos que R$ 1,00. Porque a iniciativa privada prioriza o lucro acima de tudo”, destaca Eduardo Annunciato, o Chicão, presidente da Fenatema (Federação Nacional dos Trabalhadores em Água, Energia e Meio Ambiente) e do Sindicato dos Eletricitários de SP.
Opinião reforçada pelo vice do Seesp, João Carlos Gonçalves Bibbo, presente na atividade. “Esse ato serviu denunciar as mentiras propagadas pelos privatistas à população: a tarifa não será reduzida. Pelo contrário vai aumentar. Portanto, vamos fortalecer essa luta e dizer: não à privatização da Sabesp”, finalizou Bibbo.
Agenda – No Dia da Água, celebrado em 22 de março, os trabalhadores devem realizar novos protestos em defesa da Sabesp.
Cartilha – As entidades prepararam um material explicativo sobre os reais motivos e prejuízo da privatização da Sapesp. Clique aqui e leia.