Sindicalização e ressindicalização – Duzentos anos de ação sindical no mundo inteiro demonstraram que conjunturas econômica e política favoráveis aos trabalhadores melhoram a capacidade dos Sindicatos, enquanto que situações adversas, como o desemprego, a dificultam.
Fica, pois, estabelecido que, para a ação sindical permanente, quanto pior, pior mesmo.
A boa conjuntura facilita a ação, mas não a garante, porque ela é o resultado da vontade militante dos dirigentes e ativistas que saibam agir no momento favorável.
Aqui no Brasil e agora não é diferente. As conjunturas política e econômica são favoráveis depois da vitória eleitoral do presidente Lula e de seu empenho em destravar o desenvolvimento econômico e em normalizar a vida nacional.
O movimento sindical deve agir na nova conjuntura positiva, que é confirmada por vários indicadores nos últimos seis meses; os resultados de 90% das negociações coletivas de acordos e Convenções, superando a inflação do período em 1,5%, na média, confirmam isto.
Se o momento é favorável (e a pergunta será retórica) é hora de descansar? Pelo contrário, é hora de melhorar nossa capacidade de ação, realizando novas campanhas salariais, reforçando os laços com os trabalhadores e com as trabalhadoras e empreendendo ações de alcance nacional pela aprovação da política de valorização do salário mínimo. É preciso sindicalizar e ressindicalizar.
O trabalho de sindicalização deve ser feito porque, sob os efeitos adversos da deforma trabalhista e da ideologia neoliberal, o índice de sindicalizados caiu perigosamente e esta queda tem que ser revertida na nova conjuntura.
Este trabalho, associado à luta permanente nas empresas, deve ser efetivado em cada episódio de vitória local e associado a novos serviços prestados pelos Sindicatos, garantindo-se não só a sindicalização, mas também a ressindicalização, que é o reforço dos laços entre a entidade e sua base de associados.
João Guilherme Vargas Netto – Consultor sindical de entidades de Trabalhadores e membro do Diap.
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