As emissoras de rádio e TV falham em entregar o que os ouvintes realmente precisam tomar decisões informadas na hora de votar. O espaço que deveria ser dedicado a um debate sério e construtivo é muitas vezes feito por espetáculos de agressões e ataques pessoais, prejudicando a verdadeira discussão sobre as questões que afetam a Sociedade.
Quando surge uma nova safra de candidatos, o público merece uma cobertura que vai além do superficial e do sensacionalismo, mas infelizmente, isso não ocorre. Seria de bom senso que os debates fossem mediados por cinco ou seis jornalistas competentes, preparados para fazer perguntas que realmente interessam à população.
Com os microfones dos demais candidatos desligados, teríamos a oportunidade de ver quem está mais preparado e conectado com os problemas reais das cidades e do País. Isso não apenas elevaria o nível da discussão, mas também evitaria os constantes ataques, brigas e cadeiradas que vemos em muitos debates. É uma maneira de focar no que importa: PROPOSTAS E POLÍTICAS PÚBLICAS.
A sociedade também tem a sua parcela de culpa por não se organizar e exigir um debate de qualidade. A falta de pressão por parte dos cidadãos faz com que o padrão dos debates permaneça baixo, perpetuando um ciclo onde a política se transforma em espetáculo. No entanto, ainda há tempo para mudar essa realidade. A sociedade precisa se mobilizar e exigir um combate de ideias mais equilibrado e respeitoso, onde o foco esteja nas soluções para os problemas do País.
Não devemos aceitar passivamente esse cenário. É fundamental que, como cidadãos, exijamos das emissoras e dos candidatos um debate à altura das expectativas da população. Afinal, a democracia se fortalece no confronto de ideias e não na violência
verbal ou física.
Antonio Rogério Magri, Presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região. Ex-Ministro do Trabalho e Previdência Social.