Vários sindicalistas vão se candidatar nas eleições este ano. A maioria buscará uma cadeira Legislativa, numa das 5.570 Câmaras. Estão na fase de articulação e pré-candidaturas. A motivação é a mesma: excesso de peso do capital e baixa presença do trabalho nos espaços de poder.
Limeira – Artur Bueno de Camargo é limeirense, cidade paulista com 310 mil habitantes e mais de 200 mil eleitores. Ali, Bolsonaro teve quase 80% de votos – “uma parte desse eleitorado é de direita e outra é da extrema direita”, afirma o sindicalista.
A ex-capital da laranja, segundo Artur, “formou-se uma ampla classe média baixa”. Parte trabalha na indústria da alimentação e comércio; outra, no fabrico de joias, bijuterias e folheados. Nesse caso, as condições de trabalho são péssimas. A cidade, pelo que avalia, “sobre há décadas um esvaziamento industrial”.
Artur Bueno de Camargo, que já presidiu o Sindicato local da Alimentação e hoje preside a Confederação Nacional (CNTA Afins), alerta também “para a contaminação do lençol freático e dos dois locais onde captamos água”. O serviço foi privatizado. Mas Arhur diz: “Água é vida. Tem que ter pra todos e ser potável”.
Ligado ao PCdoB, ele deve sair a vereador por uma Federação – PT, PCdoB, PV, Rede e Psol. “Formamos uma frente ampla”, conta. Sua pré-candidatura será lançada dia 8, num hotel local. Convidados? “Os companheiros ligados aos partidos, pessoas progressistas e todos os que criticam a representação empalmada pelo capital”. Deputado federal Orlando Silva deve participar.
O dirigente reclama dos graves ataques ao sindicalismo nos últimos anos. E diz: “Esse PL aí, patrocinado pelo Rogério Marinho, não quer só reverter o custeio aceito pelo Supremo Tribunal Federal. Quer desmontar a representação sindical”. Artur alerta: “Há um silêncio nas direções quanto a esses ataques e sobre a necessidade da discussão política e disputa eleitoral”.
Aos 74 anos, o dirigente comenta: “Uma campanha é cansativa, cara e difícil. Mas não vejo por que me omitir. Não será o único ou último desafio da minha vida”.
MAIS – Artur Bueno (61) 98143.8256. Ou sub-sede do PCdoB em São Paulo (11) 5575.9865.