Dia 3, fui até o bairro do Bom Retiro, SP, centro de roupa pronta, com milhares de lojas.
Numa galeria, trabalha Jussara, vendedora, 33 anos.
Conversamos.
Eu: – Vi que vocês têm aqui vagas pra piloteira, enfestador, modelista, cortador de peça piloto, vendedora e cortador. E as outras lojas?
Ela: – Quase todas estão contratando.
Na loja vizinha, estavam pegando revisadeira, arrematadeira, dobradeira, vendedora e ajudante menino.
Perguntei a Jussara: – É por causa do comércio de final do ano?
Jussara: – Não. Esses aí são contratados até o final de setembro.
Eu: – E tá fácil contratar?
Ela: – Nem sempre, o pessoal mais novo não tem experiência.
Eu: – Qual motivo?
Jussara: – Parte do problema é porque a pandemia desorganizou muita coisa. Outra é que faltam escolas técnicas pra qualificar os jovens.
Eu: – Você é formada?
Ela: – Fiz vários cursos, inclusive de vitrinista.
Eu: – Então, tá precisando qualificar mais trabalhadores.
Ela: – Tem muita gente desempregada ainda por não ter uma profissão.
Jussara trabalha numa loja que vende no atacado, sempre acima de 12 peças. O primeiro semestre foi morno, mas no segundo as vendas estão indo bem melhor.
Observei que os vendedores têm postura profissional, conhecem bem o produto e não tentam empurrar mercadoria. A clientela é fiel e vem de longe; alguns, da Argentina, outros do interior brasileiro e muitos vêm do Paraguai.