Pesquisa mensal do Dieese, em 17 Capitais, em abril, aponta elevação de preços no Norte e Nordeste. Fortaleza, com 7,76%, e João Pessoa, com 5,40%, registram as maiores altas. Maiores quedas ocorreram em Brasília, com menos 2,66%, Rio de Janeiro, 1,37% e Florianópolis, 1,22%. São Paulo tem a cesta mais cara: R$ 822,84.
Entre abril do ano passado e o mesmo mês deste ano, 14 cidades tiveram altas, entre 1,49%, Brasília, e 9,24%, Salvador.
No Sul/Sudeste, caíram os preços da farinha de trigo e da batatinha, dois alimentos básico do prato nessas regiões.
A Agência Sindical ouviu a economista do Dieese, Patrícia Lino Costa, que coordena a pesquisa. Ela aponta alguns fatores para a alta nessas duas regiões ou de alguns produtos, em escala nacional.
- Clima – “A instabilidade climática veio pra ficar. Observe que o verão foi esticado e tivemos um começo de outono com altas temperaturas. Calor em excesso é péssimo pra vários produtos que compõem a cesta”.
- Exportações – “Muitos países também sofrem as mudanças no clima e isso leva ao aumento das importações. O produtor nacional prefere exportar, porque o preço internacional é mais vantajoso. Aumento da exportação pode gerar falta do produto aqui dentro”.
- Estoques – “O governo anterior acabou com os estoques reguladores. O governo atual tenta reconstruir uma política nacional que passa pela consolidação dos estoques. Mas essa é uma medida cuja implementação não se faz da noite pro dia”.
- Previsão – Fica difícil, segundo Patrícia Costa, qualquer previsão acerca do comportamento dos preços devido à instabilidade climática, que, a seu ver, tende a se intensificar. Outro fator que vai influir é a capacidade do governo de acelerar o Plano Nacional de Abastecimento.