Para os pesquisadores, esses dados apontam para um cenário de grande desigualdade racial na distribuição dos rendimentos nas metrópoles brasileiras
A desigualdade de renda aumentou nas metrópoles brasileiras durante a pandemia do novo coronavírus. Todos os segmentos da sociedade tiveram queda em seus rendimentos, mas ela foi maior entre os mais pobres.
É o que aponta o “Boletim – Desigualdade nas Metrópoles”, estudo elaborado pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e o Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).
De acordo com o boletim, na média das 22 regiões metropolitanas, os 40% mais pobres tiveram redução de 32,1% em seus rendimentos; sendo que para os 10% mais ricos, essa redução foi de 3,2%.
A pesquisa aponta que houve um aumento da distância entre o topo e a base da pirâmide no interior das metrópoles ao longo dos últimos anos, com aceleração desse crescimento no último trimestre.
Desigualdade racial na distribuição dos rendimentos nas metrópoles
Conforme o estudo, a desigualdade racial tem se mantido em nível elevado no interior das metrópoles. Houve uma tendência de manutenção dos rendimentos relativos dos negros, em relação ao dos brancos, no interior das metrópoles. Na média das regiões metropolitanas, no 2º trimestre de 2020, os negros tiveram um rendimento médio correspondente a somente 57,4% do rendimento dos brancos.
Para os pesquisadores, esses dados apontam para um cenário de grande desigualdade racial na distribuição dos rendimentos nas metrópoles brasileiras.
Fonte: CUT