O Dieese publica, a cada trimestre, a análise do trabalho no Brasil, enfocando os movimentos internos do mercado e também sua evolução. Trata-se do Índice da Condição de Trabalho. A base de dados é a Pnad/IBGE.
A boa notícia é que os indicadores estão melhorando, conforme explica o economista Gustavo Monteiro, ouvido pela Agência Sindical. Ele atua no Dieese há oito anos.
O ICT varia entre 0 e 1, medindo ICT-Inserção Ocupacional (formalização do vínculo de trabalho, contribuição à Previdência, tempo de permanência no trabalho); ICT-Desocupação (desocupação e desalento, procura por trabalho há mais de cinco meses, desocupação e desalento dos responsáveis pelo domicílio) e ICT-Rendimento (rendimento por hora trabalhada; concentração dos rendimentos do trabalho).
Quanto mais próximo o índice estiver de 1, melhor a situação geral do mercado de trabalho. O atual evoluiu para 0,57% no trimestre, ou seja, 0,11 ponto acima do mesmo trimestre de 2022. Avanços nas três dimensões: Inserção Ocupacional (de 0,27 pra 0,40), Desocupação (de 0,64 para 0,72) e Rendimento (de 0,47 para 0,58).
O economista Gustavo elenca uma série de fatores pra essa evolução. O mais óbvio é a própria queda na desocupação. Mas ele também dá destaque à política de recomposição do salário mínimo e valoriza “a estabilidade política trazida pelo atual governo, ao contrário dos sobressaltos constantes até o final de 2022”.
CTPS – Mais Carteiras assinadas, elevação da renda média, quedas na taxa Selic, confiança do consumidor, aumento da massa salarial, baixa na inflação, safra recorde, ampliação das exportações, aumento no índice de acordos coletivos com ganhos reais às categorias, tudo isso contribui para a melhoria do Índice da Condição de Trabalho, segundo o economista do Dieese.
Alguns componentes do ICT ainda não voltaram ao patamar da época em que a economia crescia de forma mais consistente. Porém, o Dieese relaciona “a longa trajetória de recuperação, a tendência de elevação dos últimos trimestres, decorrente do aumento do emprego com Carteira e do rendimento do trabalho, bem como a redução da desocupação e do desalento”.
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