Caiu para 8% o índice de aumentos reais na data-base de abril. A informação é do Boletim “De olho nas negociações”, número 20, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em março, os aumentos acima do INPC foram da ordem de 17,7%.
Números – Embora ainda parcial, o levantamento aponta 163 casos com reajustes iguais ou acima da inflação. Segundo o Boletim, 46% obtiveram reajustes iguais a esse índice. Os dados praticamente repetem a data-base março, quando 53,7% das negociações conseguiram reajustes iguais ou superiores ao INPC.
Arrocho – O percentual de reajustes inferiores à inflação segue alto: 46% do total, em abril (março, 46,2%). Abril apresenta a menor proporção de reajustes com ganhos reais em 2022 e a segunda menor nas últimas 15 datas-bases.
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O boletim do Dieese ainda mostra que, em todas as últimas 15 datas-bases, a variação dos reajustes foi negativa.
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Razões – Segundo Luís Ribeiro, responsável pelo Sistema de Acompanhamento de Informações Sindicais do Dieese, os reajustes que não repõem a inflação seguem um padrão dos últimos meses. “Esse número está dentro de um patamar bem elevado”, explica.
Para ele, há três razões que explicam as perdas dos trabalhadores. “Primeiro, a inflação que já está alta e continua subindo; segundo, a economia desaquecida, que não dá sinais de retomada; a terceira é o desemprego, que segue alto. Tudo isso leva a um resultado negativo”, avalia Luís.
Expectativa – No próximo semestre, há negociações de categorias mais fortes, como bancários e metalúrgicos. Embora a economia não dê sinal de melhora, Luís Ribeiro obswerva que, “com essas categorias de peso, pode ser que melhore”.
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