17.1 C
São Paulo
sexta-feira, 26/07/2024

Dirigentes da Alimentação denunciam descaso com saúde dos trabalhadores

Data:

Compartilhe:

O avanço do novo coronavírus tem preocupado a sociedade e o sindicalismo, que intensifica a luta pra preservar empregos, renda e principalmente a saúde dos trabalhadores de segmentos considerados essenciais.

É o caso da cadeia industrial da alimentação, que emprega 1 milhão e 600 mil pessoas. Empresas como a JBS, BRF e outras gigantes não paralisaram suas atividades para poder manter o abastecimento.

É o que explica Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (CNTA Afins). O dirigente é defensor do isolamento social. Mas sabe que setores essenciais não podem parar. “Diante da falta de preocupação do Presidente da República com a saúde da população, temos feito essa negociação com as empresas a fim de adotar medidas que garantam a proteção à saúde dos funcionários”, ele afirma.

Segundo o dirigente, a Confederação negocia com a BRF (Perdigão e Sadia), que emprega diretamente cerca de 100 mil trabalhadores, um acordo que prevê ampliar as ações de proteção aos funcionários das fábricas durante a pandemia. Já a JBS (Friboi), responsável por 70 mil funcionários, se esquiva das negociações. A pressão para que o patronato adote medidas de proteção é feito em parceria com a Contac-CUT.

Surto – A postura intransigente da JBS preocupa os sindicalistas, e com razão. Dia 24, a unidade da empresa em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, foi interditada por auditores-fiscais do Trabalho devido a um surto de coronavírus (Covid-19). A fábrica, que emprega 2,6 mil funcionários, não cumpriu medidas essenciais para controlar a proliferação da doença. Foram confirmados 48 casos de contaminação e 106 sob suspeita pela Secretaria Estadual de Saúde. O MPT ainda registra a morte de quatro parentes de funcionários da empresa.

Em entrevista à Agência Sindical, Miguel Luiz dos Santos, presidente do Sindicato da Alimentação de Passo Fundo, conta que a situação de vulnerabilidade da planta foi denunciada pelo entidade desde o início. “Enviamos um ofício solicitando providências. Mas eles argumentaram que já estavam cuidando disso”, ele afirma.

O dirigente conta que diante da falta de negociação com a empresa, o Sindicato comunicou o Conselho Municipal de Saúde e apresentou denúncia ao Ministério Público do Trabalho, que constatou a situação.

Irresponsabilidade – Durante a vistoria, auditores-fiscais detectaram o uso improvisado de máscaras, sem qualquer garantia de eficiência como Equipamento de Proteção Individual (EPI), falta de distanciamento mínimo entre trabalhadores nas linhas de produção e o não afastamento de trabalhadores com sintomas compatíveis com a Covid-19.

“Vamos continuar fiscalizando e acompanhando o caso para que a fábrica não volte a funcionar de forma irresnponsável e sem as devidas condições de proteção à saúde de seus trabalhadores. Estamos defendendo vidas e não só empregos”, garante Miguel.

Conteúdo Relacionado

Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em setembro e outubro

Cerca de 4,24 milhões de trabalhadores com carteira assinada nascidos em setembro e outubro podem sacar, a partir desta segunda-feira (15), o valor do...

Empresas do Setor Químico tem até dia 31 para pagar PLR

Por força de Convenção Coletiva da categoria, empresa que opta pelo pagamento único da PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) tem até 31 de...

SindForte cobra negociação

O segmento do transporte de valores no Estado de São Paulo está em campanha salarial. A pauta de reivindicações foi eleita após ampla participação...

Sequência de aumentos reais prossegue

Mantém-se alta a tendência de aumentos reais de salário nas negociações coletivas. Os dados vêm do Dieese por meio do Boletim “De Olho nas...

Greve vitoriosa aumenta salário para frentistas de Goiás

Vitória para os frentistas de Goiás. Após 15 dias de greve, com ampla participação da categoria, o Sinpospetro-GO assinou a Convenção Coletiva de 2024....