Levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que o botijão de gás de 13 quilos chegou a R$ 160,00 em Mato Grosso. Na média nacional, o item custa R$ 113,66. A pesquisa foi realizada entre 10 e 16 de abril, em 3.881 municípios brasileiros.

O valor médio do botijão de gás corresponde a 10% do salário mínimo vigente, de R$ 1.212,00. O menor preço foi encontrado no Maranhão, a R$ 78,00. Em São Paulo, a média é de R$ 112,89.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é a inflação oficial do País, chegou a 11,30% em março, no acumulado de 12 meses. Enquanto isso, o gás já registrou alta de 29,56% no mesmo período.

Os combustíveis são dos principais fatores que alavancam a inflação pra cima. Segundo o economista Rodolfo Viana, responsável pela subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, três itens básicos, como o gás de cozinha, a gasolina e a cesta básica correspondem a quase 100% do salário mínimo vigente.

Rodolfo explica: “Em 2019, estes mesmos itens correspondiam a quase 75% do salário mínimo vigente naquele ano. Hoje, já chega a quase 100%”.

Carestia – O aumento abusivo nos itens básicos preocupa. Atentos a isso, Sindicatos de Guarulhos promovem movimento contra a carestia. Segundo o coordenador da Força Sindical Regional na cidade, José Barros da Silva Neto, que é dirigente metalúrgico, os trabalhadores estão com o orçamento prejudicado.

“Hoje, o que pesa mais no bolso é a cesta básica. Mas o gás de cozinha também sacrifica o orçamento das famílias”, afirma Barros. Segundo o sindicalista, o movimento ganha força, com participação também de associações de moradores, movimentos populares, igrejas e microempresários. “O custo de vida castiga todos”, conclui.