20.6 C
São Paulo
quinta-feira, 21/11/2024

Getúlio, memória do povo – João Vicente Goulart

Data:

Compartilhe:

O sofrimento faz parte daqueles que lutam com tenacidade e sabedores do seu destino, daqueles que não temem a morte e daqueles que sabem o lado certo da história.

A democracia, a legalidade, a justiça e a defesa do bem comum são o gerador espiritual do homem que tem destino, do homem que tem a sabedoria que é a história, e não o julgamento eventual dos déspotas, que lhe farão o julgamento na condução de um povo, na condução de uma Nação de todos.

As injustiças passageiras da história, assimiladas com a grandeza do altruísmo, fazem parte da essência e do caráter do líder autêntico, desses homens que passam pela vida predestinados a fazer parte da memória coletiva do povo, daqueles que fazem de suas vidas um instrumento pleno da democracia, liberdade e justiça social, e de sua morte a certeza da permanência perene de sua luta intransigente pelos direitos dos trabalhadores brasileiros.

Em 24 de agosto, não poderíamos deixar de lembrar o presidente Getúlio Vargas e suas conquistas em favor do nacionalismo brasileiro e a dignidade do seu holocausto em defesa da justiça social.

Detenho-me aqui para serem lembradas, nos 68 anos de sua morte, algumas das muitas conquistas obtidas pelos trabalhadores em seus governos.

Faz-se mister lembrar o grande documento histórico que nos legou Getúlio Vargas na sua Carta Testamento: “Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre”.

“Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão”.

“Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”, diz a Carta.

Não podemos esquecê-lo, pois suas realizações foram as maiores que qualquer outro governo tenha feito em nossa Pátria.

Criou o Departamento de Correios e Telégrafos, instituiu a Carteira de Trabalho, estabeleceu o voto secreto, o voto feminino e a justiça eleitoral, criou a CLT, e defendeu as medidas que garantiram os direitos trabalhistas na Constituição de 1934, criou o Código Florestal, fundou em 1941 a Companhia Siderúrgica Nacional, criou a Petrobrás, criou o BNDE (atual BNDES), regulamentou o trabalho do menor aprendiz.

É por essa trajetória que homenageamos Getúlio como alguém que fez de sua vida uma luta permanente em prol das classes menos favorecidas e imprimiu na economia o que hoje vários partidos tentam resgatar como “NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO”.

Temos uma eleição pela frente pra libertar o Brasil do fascismo, do ódio e de uma economia criminal de Guedes em favor do sistema financeiro. Um Bolsonaro fantoche, debochador da dor de 700 mil famílias enlutadas pela Covid-19, um presidente desmoralizado internacionalmente, 30 milhões de brasileiros com fome, quase 70 milhões em insegurança alimentar, analfabetismo em crescimento e a nossa democracia sendo ameaçada.

Vargas voltou em 1950, democraticamente, depois de um exílio, nos braços do povo. Não se rendeu e venceu.

 

CNTU PEDE MAIS DEMOCRACIA E SOBERANIA

RENOVAR AS ESPERANÇAS NO BICENTENÁRIOT

PREPARE-SE PARA AS ELEIÇÕES!

CENTRAIS APOIAM PISO DA ENFERMAGEM

Conteúdo Relacionado

Justa homenagem – João Guilherme Vargas Netto

Participei na última terça (dia 19), como debatedor, da mesa de um evento em homenagem à memória de Raphael Martinelli, ativista e dirigente sindical...

Trabalho Temporário, mas com direitos! – Luiz Carlos Motta

O fim do ano está se aproximando e, com ele, chegam novas oportunidades para os trabalhadores brasileiros, principalmente aos comerciários desempregados, que podem se...

Desigualdade racial no mercado de trabalho – Nivaldo Santana

A economia colonial do Brasil adotou um sistema de produção agrícola conhecido como “plantation”, baseado no tripé monopólio da terra, monocultura para exportação e...

Basta de racismo e desigualdade! – Murilo Pinheiro

É urgente construir uma sociedade plenamente justa e democrática, o que exige eliminar toda forma de discriminação, sobretudo a racial, triste mazela histórica nacional....

Redução da jornada, já passou da hora – Carlos Alberto Pereira

Mais um dia! Um dia para família ou um dia para o descanso ou, ainda, um dia para se qualificar. Seis por um é...