A União Geral dos Trabalhadores (UGT) divulgou Nota nesta terça, 12, criticando a “surpresa” do governo federal sobre a decisão da Ford. A montadora anunciou na segunda, 11, que não manterá mais as fábricas no Brasil.

No documento, assinado pelo presidente da entidade, Ricardo Patah, a UGT afirma que pelo menos 5 mil pessoas vão perder o emprego. “Mas o desastre econômico é muito maior. A centenária empresa vai prejudicar o comércio em geral e os usuários de seus produtos”, diz a Nota.

Para a Central, não custava nada ter feito o acompanhamento da vida econômica da Ford, desde 2019, quando a planta de São Bernardo do Campo foi fechada. “Mas o que vale para o atual governo é a eleição de 2022, e a coisa foi deixada de lado. Agora veio a conta”, afirma o documento.

Leia – Abaixo, a íntegra da Nota da UGT sobre o fechamento da Ford.

Um mistura de ignorância e obscurantismo colocou o nosso País como “pária” mundial. A Ford não teve dúvidas: percebeu o nosso contexto – como temos pouco peso político e econômico e um grande custo Brasil –, veio aqui e fechou todas as suas fábricas. Vai criar empregos em outros países e deixou três “puxadinhos” para ver o que acontece – um na Bahia, outro em Tatuí (SP) e a sede regional na capital paulista.

Pelo menos 5 mil pessoas vão perder o emprego. Mas o desastre econômico é muito maior. A centenária empresa – que nos últimos cinco anos pegou R$ 7,5 bilhões em subsídios, segundo o governo – vai prejudicar o comércio, em geral, e os usuários de seus produtos.

O governo foi pego de surpresa porque quis. Em 2019, a Ford fechou a sua grande montadora de São Bernardo. Não custava nada ter feito o acompanhamento da vida econômica da empresa. Mas o que vale para o atual governo é a eleição de 2022, e a coisa foi deixada de lado. Agora veio a conta.

Os estados atingidos – São Paulo, Bahia e Ceará – não terão força para fazer nada. A tragédia social no Brasil vai aumentar, com mais desemprego e o crescimento da informalidade. O caos social virá com o fim do auxílio emergencial, já valendo a partir deste mês.

Ricardo Patah
Presidente nacional da UGT