No início de junho, na 111ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT, em Genebra, Suíça, os atores norte-americanos já denunciavam o rebaixamento das condições de trabalho, problemas no pagamento de cachês e a Inteligência Artificial como fator de precarização do trabalho.
Sonia Santana, presidente do Sindcine (representa os técnicos do audiovisual em SP e outros sete Estados) participava do evento. Ela conta: “Já era flagrante o clima de descontentamento dos atores, prenunciando a greve que acontece agora”. A greve dos atores, em torno de 160 mil, vem se somar à paralisação dos roteiristas, que já tem dois meses.
Sonia, profissional experiente no setor de produção, em cinema e publicidade, conta: “Nos Estados Unidos, o roteirista participa de todas as fases. Ele não escreve o roteiro e entrega à produtora apenas. Sua participação vai do começo ao fim. Por isso, é imprescindível”.
A mobilização na indústria cinematográfica dos USA é conduzida pelo Sindicato dos Atores – SAG-Aftra. A última grande greve da categoria havia sido nos anos 60. A indústria do entretenimento, que já vinha sentindo o baque da paralisação dos roteiristas, praticamente para suas atividades com a adesão dos atores.
Representatividade – O Sag-Aftra tem cerca de 160 mil membros, entre atores de filmes e programas de TV,artistas de videogame, apresentadores de rádio, modelos e influenciadores do YouTube.
Streaming – Grande queixa dos atores é que recebem apenas pela primeira exibição. Por exemplo, uma série estreia via streaming na França e depois passa em outros países sem que os profissionais recebam pelas demais exibições. As produtoras têm se recusado a acrescentar essa garantia aos contratos. Atores, roteiristas e toda a cadeia profissional da produção se sentem prejudicados.
MAIS – Site do SAG-Aftra (Sindicato norte-americano) e da ILO – International Labour Organization.