O sindicalismo brasileiro deveria prestar mais atenção a uma dura luta que ocorre em Guarulhos, segunda cidade do Estado de São Paulo. Basicamente é o seguinte: o prefeito Guti (PSD) tenta fechar a empresa de economia mista Proguaru, que tem 42 anos, cerca de 4,5 mil funcionários e faz a zeladoria da cidade.
A tática de Guti (que se reelegeu prometendo não fechar a empresa – assista vídeo no final dessa matéria) é apertar o garrote e avançar rumo ao fechamento.
A Força Sindical e outras entidades têm combatido a postura do prefeito e mobilizado os cidadãos pró-manutenção da empresa e dos empregos.
Nesta sexta, Guti editou decreto no Diário oficial de “extinção” da empresa. Ela quer deter o crescente desgaste popular e se antecipar a um referendo já encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral.
Nesta sexta, entidades de trabalhadores, vereadores e advogados analisaram o decreto precipitado do prefeito que prometeu e jogou no lixo a sua promessa eleitoral. Segue a Nota:
NOTA DO SINDICALISMO DE GUARULHOS
Decreto que extingue a Proguaru mostra
autoritarismo e desespero do prefeito Guti
Certo de que perde apoio popular, agrava a revolta dos trabalhadores, agrega o sindicalismo contra sua postura, se desgasta perante representantes do Legislativo e confronta órgãos do Judiciário, o prefeito Guti tenta precipitar o fechamento da Proguaru.
Ante esse quadro, ele manda editar decreto no Diário Oficial do Município, sexta, dia 27, cujo artigo 1º não poderia ser mais explícito: “Fica decretada a extinção, dissolução e liquidação da empresa Progresso de Desenvolvimento de Guarulhos, nos termos do Parágrafo 2º, do Artigo 1º, da Lei Municipal 7.879/2020”.
Mais uma vez, o prefeito age de modo autoritário e unilateral, tentando se antecipar a decisões judiciais que poderão mudar o rumo dos acontecimentos.
Com seu decreto precipitado, Guti agrava a angústia entre os empregados da Proguaru e acende o pavio da revolta dos que temem, com razão, ficar sem emprego, sem salário e sem condições de manter a família.
O decreto também demonstra desapreço à vontade popular a ser expressa em referendo previsto em lei, brevemente.
Diante disso, as entidades sindicais vêm orientar:
1) O trabalhador da Proguaru deve se manter sereno e firme, na resistência, em contato com seu Sindicato (Stap), a Comissão de Trabalhadores e também a CEE da Câmara.
2) Saiba o trabalhador que todas as medidas judiciais, em defesa da empresa e dos empregos, estão sendo tomadas.
3) Pedimos aos cidadãos que se engajem nessa luta justa, pois o fim da Proguaru deixará a cidade sem zeladoria, jogará serviços essenciais nas mãos de terceirizadas e prejudicará a qualidade de vida da população.
Certos da justeza de nossa causa, seguiremos firmes, atuando na frente sindical, no Judiciário e com todos os instrumentos legítimos e legais.
Viva a Proguaru! Viva o trabalhador! Abaixo o autoritarismo do prefeito Guti.
Guarulhos, 27 de agosto de 2021.