Em clima tenso, neste domingo, 18, acontece a eleição na Bolívia, já adiada três vezes. O economista Luiz Arce Catacora é candidato a presidente pelo Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales – ele foi ministro da Economia daquele governo. Pela direita, concorre o Carlos Mesa, do Comunidade Cidadã.
Para falar sobre as eleições no país com quem o Brasil tem 3,4 mil quilômetros de fronteira, a live da Agência Sindical recebeu terça, 13, o jornalista e escritor Leonardo Wexel Severo. Ele falou da cidade de El Alto, vizinha de La Paz, a Capital.
Hospedado na casa de um amigo, procurando manter distância do conflito aberto, Leonardo expõe a situação vivenciada pelos bolivianos. “Há ameaças de bombas. Tudo pra implantar o terror, criminalizar o MAS e tentar justificar uma intervenção”, conta.
A Rede de Comunicadores Populares busca quebrar o bloqueio midiático e acompanhar de perto a situação. Para isso, conta com veículos como o Portal Carta Maior. No caso da Agência Sindical, o objetivo é ajudar a furar o silêncio da grande mídia sobre a eleição no país vizinho. João Franzin, coordenador da Agência, comenta: “Nossa mídia embarca na pauta do Departamento de Estado. Fala muito da Ucrânia e pouco de nossos vizinhos”.
Segundo Severo, o partido de Morales tem um forte componente patriótico. “A ideia de Pátria é muito importante para os bolivianos. Para o povo, o MAS representa a estatização e a industrialização. Essa vitória ameaçaria os planos privatista da direita”, afirma.
O jornalista comenta que Evo Morales soube governar levando em conta as 36 nações indígenas. “São povos muito ligados à Terra e aos ciclos da natureza”, diz. Para Leonardo, o agronegócio brasileiro tenta influir na Bolívia, “como já ocorre no Paraguai”. Além da orientação geopolítica, de fora pra dentro, ele diz, “há interesses de classe, que aproxima a banda brasileira da classe rica de Santa Cruz de La Sierra”.
Segundo pesquisas, Arce lidera com 42,2% das intenções de votos; Mesa tem 33,1%. A direita tenta enfraquecer o MAS e levar o pleito pra segundo turno, quando, respaldada por entidades internacionais, criaria condições de manipular e vencer.
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