17.1 C
São Paulo
sexta-feira, 26/07/2024

Entregadores denunciam exploração e falta de proteção

Data:

Compartilhe:

A Agência Sindical entrevistou, em live na terça (30), Gerson Silva Cunha, presidente do SindimotoSP. O dirigente traçou um panorama da categoria no Estado de São Paulo, que tem cerca de 500 mil motociclistas.

Segundo Gerson, o número cresceu durante a pandemia, devido ao aumento das entregas, especialmente de alimentos. Mas o pagamento por quilômetro rodado caiu muito, o que obriga a jornadas extenuantes – era de R$ 4,6 por quilômetro rodado e baixou pra 70 centavos. “Esse trabalhador, aqui em São Paulo, roda mais de 60 quilômetros. Quando muito ganha R$ 60,00 ou R$ 70,00, mas numa jornada que pode chegar a 16 horas”, ele denuncia.

Nesta quarta (1º), entregadores paralisam as atividades em 18 Estados e no Distrito Federal. Entre as principais reivindicações da categoria estão alimentação, aumento nos valores das taxas pagas por cada entrega, seguro de vida e o fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPIs).

Gerson também critica a falta de apoio das empresa de aplicativos nos casos de acidentes no trânsito. “A responsabilidade seria do aplicativo. Porém, nos últimos dois meses, seis motociclistas perderam a perna. A empresa de APP largou os meninos no desamparo. O Instituto Lucy Montoro doou próteses a eles. Já temos várias ações judiciais contra essas empresas”, ele denuncia.

Confira os principais trechos:

Protesto – O protesto será nacional. Em São Paulo acontece em vários municípios. Sairemos de cinco regiões até o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Queremos que o Tribunal interceda por nossa categoria. O Ministério Público identificou que os trabalhadores têm vínculo.  As empresas de APP se dizem intermediadoras de negócio, mas são elas que colocam valores e ditam as regras.

Cadastro – O credenciamento do trabalhador é feito por meio de Aplicativo. Em alguns dias, a plataforma é ativada e eles começam a sair pra rua. As empresas só pedem habilitação e documento da moto. No caso dos ciclistas, é só preencher os dados e comprovar onde moram. Não recebem EPIs, como máscaras, capacetes e luvas. Eles não têm dinheiro pra comprar e acabam ficando expostos.

Segurança – No acidente, a responsabilidade seria do Aplicativo. Porém, nos últimos dois meses, seis motociclistas perderam a perna. A empresa de APP largou os meninos no desamparo. O Instituto Lucy Montoro doou próteses a eles. Já temos várias ações judiciais contra essas empresas.

Renda – Hoje um motociclista faz média de R$ 60,00 e no máximo R$ 90,00 por dia. Roda mais de 60 quilômetros. Bem mais.  Na bicicleta, o trabalhador tira de R$ 35,00 a R$ 60,00. Faz de 12 a 16 horas por dia, de domingo a domingo.

Mais – Acesse o site do SindimotoSP.

 

 

Conteúdo Relacionado

Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em setembro e outubro

Cerca de 4,24 milhões de trabalhadores com carteira assinada nascidos em setembro e outubro podem sacar, a partir desta segunda-feira (15), o valor do...

Empresas do Setor Químico tem até dia 31 para pagar PLR

Por força de Convenção Coletiva da categoria, empresa que opta pelo pagamento único da PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) tem até 31 de...

SindForte cobra negociação

O segmento do transporte de valores no Estado de São Paulo está em campanha salarial. A pauta de reivindicações foi eleita após ampla participação...

Sequência de aumentos reais prossegue

Mantém-se alta a tendência de aumentos reais de salário nas negociações coletivas. Os dados vêm do Dieese por meio do Boletim “De Olho nas...

Greve vitoriosa aumenta salário para frentistas de Goiás

Vitória para os frentistas de Goiás. Após 15 dias de greve, com ampla participação da categoria, o Sinpospetro-GO assinou a Convenção Coletiva de 2024....