No final da tarde da segunda, dia 1º/4, as Centrais Sindicais publicaram Nota Unitária contra a ditadura e seus abusos. A Nota decorre dos 60 anos do golpe de Estado, em abril de 1964, que derrubou o presidente Jango e atacou duramente quem defendia a classe trabalhadora e a soberania nacional.
Aquele regime, que durou 21 anos, provocou estragos gerais no País ao colocar o Brasil a reboque dos Estados Unidos e do grande capital internacional.
AQUI, A NOTA:
“Em abril de 2024 completam-se seis décadas do golpe militar que prejudicou o Brasil por 21 anos.
Se hoje somos uma democracia, com instituições funcionando, liberdade política e liberdade de organização, devemos àqueles que lutaram pelo fim do regime iniciado em 1º de abril de 1964. Muitos dos quais foram torturados ou morreram na luta.
De forma truculenta, a ditadura destruiu famílias e privou o País de importantes quadros políticos, culturais e do movimento social.
Isso tudo para impor a força uma política econômica baseada no arrocho salarial, retirada de direitos, dívida externa e na explosão da inflação.
Ao contrário da falácia do milagre econômico, vendida como propaganda de governo, os trabalhadores foram extremamente prejudicados nos 21 anos de ditadura, sofrendo com progressivo empobrecimento, enfraquecimento e cerceamento aos Sindicatos.
Enfraquecimento que foi projetado para que a economia de mercado pudesse, sem resistência, se sobrepor aos interesses sociais.
A ditadura aumentou a desigualdade e a pobreza, atrasando o desenvolvimento humano, político e ambiental do País.
Desde a redemocratização, em 1985, o Brasil caminha no sentido de se recompor, de reparar os retrocessos nos 21 anos anteriores e de buscar avançar, driblando as sequelas que ainda persistem. Não sem dificuldades. Ficou claro no governo Bolsonaro e, sobretudo, na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, que falar sobre golpismo não é falar sobre o passado.
Por isso devemos usar os 60 anos do golpe como oportunidade de refletir sobre o assunto e de transmitir para as novas gerações a nossa história e as raízes da realidade em que vivemos no presente momento.
Só assim poderemos construir a almejada união nacional em torno daqueles que querem o bem do Brasil e do nosso povo”.
São Paulo, 1º de abril de 2024
Sérgio Nobre, Presidente da CUT. Miguel Torres, Força Sindical. Ricardo Patah, UGT. Adilson Araujo, PCTB. Moacyr Auersvald, Nova Central. Antônio Neto, CSB. Nilza Pereira, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e José Gozze, PÚBLICA, Central do Servidor.