Empresas que adotaram testar, desde março, controlaram o avanço da pandemia, com baixa contaminação e poucas mortes de funcionários pela Covid-19. Quem não fez assim arca com alto número de contaminados e afastados.
O relato é de Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), a maior entidade brasileira no setor. Ramalho da Construção crê num ciclo longo da pandemia e entende que máscaras, álcool gel e testes em massa serão uma espécie de novos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
O sindicalista critica a lentidão do governo em fazer testes em massa e isolamento social.
Ele cita o Japão: “Lá, foram rigorosos durante 30 dias, controlaram a doença e a vida voltou ao normal”.
Principais trechos da fala de Ramalho, durante live da Agência Sindical na segunda (1°):
Atuação sindical
“Hoje, na categoria, temos uma base com 300 mil na Capital, mas no Estado são 680 mil trabalhadores. Tem sido um trabalho árduo, porque trabalhamos com seres humanos. Mas, quando o empresário tem consciência de que é preciso fazer e acredita no projeto, você faz e dá certo. Quando o Doria fez o decreto, ele chamou os sindicatos patronais e fez o documento sem nenhum critério.
Coube a nós, em março, nos mobilizar com as construtoras e construir protocolos.”
Maldade
“O governador João Doria e o presidente Bolsonaro não gostam de dialogar com os trabalhadores e nem com dirigente sindical. Eles impõem. Diante disso, o Sindicato precisou construir critérios, com aditivo flexibilizando a Convenção Coletiva de Trabalho, mudando horários e turnos. Por meio de um fórum de combate ao coronavírus, a fim de que pudéssemos testar os trabalhadores, fazer o distanciamento, com cuidados de higienização no local de trabalho, disponibilizar máscaras especificas, álcool gel e EPIs.”
Sindicalismo
“Se os governos tivessem envolvido o movimento sindical desde o início, e construído critérios juntos, poderíamos ter passado pela pandemia sem tantas mortes. Além de o setor econômico estar a todo vapor.”
Testes na Convenção Coletiva
“Ainda não fechamos nossa Convenção, esperava que ela fosse assinada dia 10 de maio, mas não foi assinada. Faremos greve dia 16 de junho, pedindo para o trabalhador ficar em casa e enfrentar o patrão. Teste e máscara se tornaram equipamentos de segurança obrigatórios. Deveriam estar como cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho.”
Micro e pequenas empresas
“Está previsto, mas não chegou ainda, R$ 30 bilhões para retomada de 70 obras das 4.668 que mencionei; R$ 267 bilhões que vem para outras fontes, como ferrovia e habitação. Mas tudo isso está no papel e discurso.
Estão atrasando muito.”
Retomada
“A retomada da economia está atrelada à construção civil no Brasil. Com R$ 1 bilhão se gera aproximadamente 49 mil empregos na construção. É um setor que se o governo colocar dinheiro gera emprego rápido. Assim resolvemos o déficit.”
Assista – Clique aqui e assista à entrevista na íntegra.