Brasil e Estados Unidos são os dois maiores países do Continente. Os EUA possuem o maior PIB do mundo. Já o PIB do Brasil, sozinho, é maior que o Produto Interno Bruto somado de todos os outros 11 países da América do Sul.
É evidente que o Brasil precisa dos Estados Unidos e eles precisam de nós. Por isso, os dois países devem conviver harmonicamente, embora cada qual defendendo, legitimamente, seus interesses e soberania.
Assim sendo, é preciso que as duas maiores potências das Américas apostem no diálogo e o governo dos EUA entenda que já não cabe impor tarifaços a um país amigo.
O comércio não é uma lei da selva, onde o mais forte pisa no pescoço do mais fraco. Ao contrário. A Organização Mundial do Comércio é um órgão regulador das relações, exatamente pra evitar a selvageria no comércio internacional.
No comércio Brasil-Estados Unidos, nosso déficit é grande. Quem deveria reclamar somos nós e não o Donald Trump, com suas leis abusivas e tarifas lesivas aos países. No primeiro semestre deste ano, dos 10 principais produtos importados pelo Brasil dos States, oito tinham imposto zero. Ou seja, vender para o Brasil é o melhor negócio do mundo.
Neste momento, os dois países debatem a suspensão do tarifaço de 50%, imposto de modo arbitrário pelo governo Trump. No final de semana, Lula e Trump se reuniram na Malásia, numa conversa de igual pra igual. E agora nossa diplomacia está negociando com os representantes norte-americanos.
Eu aprendi que a melhor maneira de se resolver um problema é com negociação franca e respeitosa. Isso vale pra um Sindicato, uma empresa ou um país. As partes devem examinar ponto a ponto, verificando onde se pode ou não ceder.
Donald Trump tem modo agressivo de agir, mas ele que se entenda lá com o povo de seu país. Já o Brasil é mais flexível e não toma medidas sem pensar nas consequências para os brasileiros e os outros povos.
Portanto, temos que reafirmar nossa soberania e negociar conforme nossos interesses. Estou otimista, confio no presidente Lula e espero, em breve, comemorar o fim do tarifaço. As relações comerciais devem ser equilibradas. É injusto que só um lado ganhe.
Penso que a experiência imposta pelo “tarifaço” fará amadurecer nosso empresariado, nossos governantes e toda a sociedade. Hoje, seguramente, o brasileiro está mais disposto a defender nossa soberania.
Traição – Inacreditável, mas o deputado federal Eduardo, filho do Bolsonaro, mudou-se para os Estados Unidos, onde faz lobby pra prejudicar o Brasil. Mesmo assim, não tem o mandato cassado. Convenhamos: um desqualificado desse naipe não tem condições de representar o povo brasileiro. Eduardo não ficará pra sempre nos EUA. Espero que, quando ele voltar a pisar em solo pátrio, a Polícia Federal lhe dê a merecida recepção.
Josinaldo José de Barros (Cabeça). Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.









