Há mais de 30 anos, Quíron é nosso símbolo. O centauro, como se sabe, é meio homem, meio cavalo. Os gregos, sagazes como eram, criaram um ser que explicita o impasse humano. Ou seja, ainda que busque a transcendência, o homem está fadado à sua animalidade.

Quíron era amigo de Hércules e este, certa vez, teve a vida salva pelo primeiro. Salvara porque o centauro, apesar da bruta condição, pesquisava ervas e com elas fazia remédios e curava. Certa feita, a pedido de Hércules curou um de seus amigos, ferido por uma flecha envenenada.

Mais adiante, os centauros foram convidados pra uma festa de casamento. Hércules advertiu que não dessem vinho aos centauros porque, bêbados, se tornavam incontroláveis. Pois bem, eles beberam e violentaram a noiva.

Hércules pegou seu arco e alvejou todos. Menos um, menos Quíron, porque tinha uma dívida para com aquele centauro.

O mito sempre contempla várias leituras. Por exemplo: Quíron foi salvo por saber mais. Não só: mostra o mito que o conhecimento enseja a transcendência. O homem pode ser um mero animal mamífero, mas tem condições de ser mais. Essa condição só vem pelo conhecimento.

O conhecimento válido é aquele que tem finalidade individual, mas também serventia coletiva. A Agência tem por lema “Saber é poder”. Essa frase deriva do ensinamento de um educador, Allen Feuerstein, para quem “mais que saber, é preciso saber o que fazer com esse saber”.

Na comunicação sindical, adotamos o seguinte padrão: a pessoa precisa saber que os direitos existem, quais são esses direitos e como fazer para torná-los práticos. O que torna esses direitos práticos é a união dos trabalhadores e a atuação por meio de seu Sindicato.

PS: Nosso Quíron, básico, foi desenhado a caneta pelo músico Roberto Bach.