Quase 50 mil estabelecimentos do setor do turismo fecharam no país em 6 meses, diz CNC

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Serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes, foram os mais afetados.

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus levou ao fechamento de quase 50 mil estabelecimentos com vínculos empregatícios entre março e agosto deste ano, segundo levantamento divulgado ontem, segunda-feira (5) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com a pesquisa, ao longo desses seis meses 49,9 mil estabelecimentos do setor fecharam as portas – equivalente a 16,7% do total.

A CNC apontou que todos os segmentos turísticos tiveram saldo negativo no período. Serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes, foram os mais afetados, com o fechamento de 39,5 mil estabelecimentos. Houve quedas importantes também no setor de hospedagem em hotéis, pousadas e similares (-5,4 mil) e transporte rodoviário (-1,7 mil).

Comparado à média do primeiro bimestre, o volume de receitas do setor ainda apontava uma queda de 56,7% até julho. “Situação mais crítica, portanto, que a do volume de vendas do comércio varejista (-1,6%), da produção industrial (-5,6%) e do setor de serviços como um todo (-13,0%)”.

Retomada

Em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirma que a maior parte das atividades que compõem o turismo brasileiro segue ainda sem perspectiva de recuperação significativa nos próximos meses, principalmente em virtude do caráter não essencial do consumo destes serviços.

“A aversão de consumidores e empresas à demanda, somada ao rígido protocolo que envolve a prestação de serviços desta natureza, tende a retardar a retomada do setor”, aponta Tadros. Até o fim de 2020, a Confederação projeta um saldo negativo de 42,7 mil estabelecimentos.

Estados e porte

Todos os estados tiveram saldo negativo no número de empreendimentos do turismo. Destaque, no entanto, para as perdas registradas em São Paulo (-15,2 mil), Minas Gerais (-5,4 mil), Rio de Janeiro (-4,5 mil) e Paraná (-3,8 mil).

As perdas também afetaram empresas de todos os portes, sendo mais intensas entre os micros (29,2 mil) e pequenos (19,1 mil) estabelecimentos.

Fonte: G1 / Foto: FreePik