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sexta-feira, 26/07/2024

Salário mínimo e democracia – Josinaldo Barros (Cabeça)

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Creio que o movimento sindical enfrenta duas tarefas estratégicas neste ano de 2023. A primeira é ajudar a consolidar a democracia em nosso País. A segunda tarefa é conseguir junto ao governo e o Congresso Nacional uma política nacional de valorização do salário mínimo.

Democracia – Passamos os últimos anos combatendo os arroubos de Bolsonaro contra as garantias democráticas. Relembro que a 11 de agosto estivemos no grande ato nacional na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, com lideranças sindicais, intelectuais, jurídicas, políticas e até empresariais.

A soma de esforços da sociedade organizada deu resultados e, quando do segundo turno, Lula derrotou a máquina governista e bolsonarista. A montanha de dinheiro usada pelo governo não foi suficiente pra que ele ganhasse a eleição.

Mas o inimigo não dorme. Tanto não dorme que dia 8 de janeiro as hordas extremistas invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. A ideia dos arruaceiros era criar um clima de pânico que justificasse a intervenção militar ou o estado de sítio. Foram derrotados.Quer dizer que a questão democrática está resolvida? Não. A democracia é planta que precisa ser regada e cultivada todos os dias, para que cresça, floresça e dê frutos.

Salário mínimo – Um dos frutos da democracia deve ser um salário mínimo mais justo e com maior poder de compra. Bolsonaro arrochou o mínimo, que começou o ano em R$ 1.302,00 e Lula aumentou pra R$ 1.320,00. Está bom? De jeito nenhum. Esse mínimo está longe de atender às necessidades básicas de uma família, como prevê o decreto de sua criação, por Getúlio Vargas, em 14 de janeiro de 1936.

Você, que me lê, talvez nem saiba de quanto é o mínimo hoje. Mas cerca de 50 milhões de brasileiros sabem. Isso porque o salário mínimo remunera aposentados, pensionistas, aprendizes, informais, empregados domésticos, camponeses, enfim, uma enorme gama de brasileiros e brasileiras.

Lula prometeu, durante a campanha, retomar a política de valorização do salário mínimo, permitindo que, em suas gestões e no governo Dilma, o mínimo somasse cerca de 75% de aumento real, ou seja, acima da inflação medida pelo INPC.

O trabalhador apoia a democracia. Mas o trabalhador quer, e precisa, ganhar mais. O salário mínimo também ajuda a empurrar pra cima os Pisos de diversas categorias profissionais, principalmente daquelas com pouco poder de pressão ou negociação.

Estamos nos aproximando do 1º de Maio, Dia do Trabalhador. O sindicalismo prestará um grande serviço à Nação se abraçar a bandeira do aumento real para o salário mínimo e fazer dela a grande causa de mobilização nacional.

Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.
Diretoria Metalúrgicos em Ação

Email – josinaldo@metalurgico.org.br
Site – www.metalurgico.org.br
Facebook: /josinaldo.cabeca.1

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Josinaldo - Cabeça
Josinaldo - Cabeça
Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região Email - josinaldo@metalurgico.org.br

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