Ao longo da história, os trabalhadores procuram se organizar. Essa organização ganhou força com a Revolução industrial, quando nasceu a classe assalariada urbana.
No começo, eram as sociedades de mútuo socorro, de caráter assistencial e humanitário. Depois, nasceram os Sindicatos na forma como se conhece hoje. No Brasil, Sindicato é por categoria profissional e base territorial.
Fomos o último País do mundo a acabar com o regime escravo. Por isso, em setores empresariais – rurais e urbanos – ainda há resquícios dessa mentalidade. Não é por outra razão que somos um dos campeões em acidentes de trabalho. Ou seja, a vida do trabalhador pouco importa.
O sindicalismo não é um movimento em linha reta. Como toda instituição humana, está sujeito a altos e baixos. A sindicalização decrescente indica uma época de baixa. E há motivos pra isso.
Veja: A classe dominante faz campanha sistemática contra os Sindicatos. O Congresso dominado pelo capital aprova leis nocivas ao trabalho e tem dificuldades em dialogar com o movimento sindical. A ideologia neoliberal martela 24 horas por dia a ideia individualista, quando Sindicato é uma construção coletivista.
No Brasil, um golpe derrubou o governo progressista em 2016. O autor do golpe aprovou uma agressiva reforma trabalhista. O presidente eleito em 2018, de extrema direita, chegou a dizer que, se dependesse dele, nem existiriam Sindicatos.
Nesse período, a direita aprovou também a reforma da Previdência e piorou as terceirizações, cortou direitos e congelou o salário mínimo. Também extinguiu o Ministério do Trabalho, acabando com a fiscalização dos ambientes laborais.
Ou seja, o movimento sindical foi atacado por terra, mar e ar, numa verdadeira guerra contra a organização dos trabalhadores e os direitos coletivos.
Com tudo isso, seria milagre o sindicalismo se fortalecer e os trabalhadores acorrerem em massa às suas entidades. Mas o movimento fez o que podia, principalmente resistir.
Guarulhos – Nosso Sindicato resistiu, enfrentou os ataques e até aumentou o quadro associativo. Mesmo com muitas dificuldades, ampliamos serviços e parcerias. Com a volta do governo progressista, a economia tornou a crescer e o Sindicato tem firmado mais acordos de Participação nos Lucros e/ou Resultados pra categoria metalúrgica.
Um dos desafios do sindicalismo é trazer o jovem pra nossas entidades. Mostrar a esse jovem que direitos como férias, abono de férias, multa de 40% no FGTS, 13º salário, adicional de horas extras, e tantos outros, são conquistas sindicais. É claro que governos progressistas nos ajudam a avançar. Mas o bom combate quem trava mesmo é o Sindicato que tem pés no chão e cabeça no lugar.
Campanha – Entendo que as Centrais e demais entidades deveriam realizar uma campanha de sindicalização, mostrando que o sindicalismo é uma força construtiva e civilizatória.
Ricardo Pereira de Oliveira, Presidente interino Diretoria Metalúrgicos em Ação E-mail: ricardo@metalurgico.org.br Facebook: /ricardosindicato.metalurgicos