Funcionários de uma fábrica da General Motors no México iniciaram um movimento que pode modificar a estrutura sindical no país. De forma esmagadora, os trabalhadores elegeram um sindicato novo e independente. A entidade anterior, que atendia os direitos dos patrões, foi derrotada por um grupo de oposição liderado pelos operários. A informação é do jornal Valor Econômico.

Segundo especialistas, mudanças radicais devem ocorrer nas relações trabalhistas mexicanas.

Eles relatam que, por muitos anos, os salários dos trabalhadores mexicanos foram achatados pelos sindicatos de proteção. “Eles fechavam acordos de negociação coletiva com empresas sem a aprovação dos operários”, diz a reportagem.

O setor industrial representa cerca de 16% do PIB do México. Além disso, recebe bilhões de dólares de fabricantes, atraídos pela proximidade do país com o enorme mercado dos Estados Unidos e por seus custos trabalhistas relativamente baixos e estáveis.

Reforma – Em 2019, foi aprovada uma reforma trabalhista para promover sindicatos independentes. A nova lei foi reforçada por disposições do chamado USMCA – acordo de livre comércio entre Estados Unidos, México e Canadá.

Eleição – A eleição foi disputada por quatro sindicatos. Dois deles eram ligados a grupos mexicanos tradicionais, enquanto o vencedor, Sinttia, era independente e tinha apoio de sindicatos nos EUA e no Canadá.

Segundo o governo local, mais de 4.000 trabalhadores votaram no Sinttia e a participação foi de quase 90% da categoria. A GM declarou apoio à eleição sindical e aos representantes dos trabalhadores eleitos. Informou ainda que começará a negociar com o novo sindicato assim que for notificada formalmente do resultado.

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