Na greve de hoje (3), pelo menos 90% dos empregados do Metrô de São Paulo cruzaram os braços. Esse é o balanço do Sindicato dos Metroviários, nas linhas estatais, que compõem a maior parte da rede ferroviária atual da empresa.
A paralisação envolve, também, os empregados da CPTM e da Sabesp. Os três grupos, e seus Sindicatos, protestam contra os planos de privatização do governo estadual, chefiado por Tarcísio de Freitas.
A intenção da greve conjunta é impedir a venda das empresas e forçar o governo a consultar o povo paulista. “O mais importante é Tarcísio ouvir a população. Se fizer um plebiscito oficial, a decisão ficará com todos,” explica Agnaldo Gonçalves Pereira, secretário-geral dos Metroviários de SP.
Existem 7.200 metroviários representados pelo Sindicato na Capital.
No caso da Sabesp, o Sindicato dos trabalhadores da empresa (Sintaema) não tem percentual de paralisação, mas as atividades estariam paradas em vários pontos da Capital e vários do interior, como Bauru, Presidente Prudente e Santos. Os dirigentes fizeram atos na porta de várias unidades na empresa pela manhã.
Presidente do Sintaema, José Antonio Faggian, destaca a união entre os trabalhadores das três empresas e reforça a bandeira da mobilização. “Queremos mostrar que o governador executa um projeto pra colocar em risco serviços essenciais ao povo”
CPTM – No caso do sistema ferroviário da CPTM, a situação foi a seguinte: Linhas fechadas totalmente (10, 12 e 13), com operação parcial (7, 11 – de Guaianases a Luz).
O Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil aponta que o governo, pela madrugada, “forçou” o uso de pessoal destreinado para manter os trens rodando. A empresa convocou empregados que atuam na supervisão de tração para conduzirem os veículos.
Secretário geral da entidade, Múcio Bacarense, comenta: “Essa situação é um risco para todos os envolvidos, pois são supervisores sem a rotina da condução, além de estarem trabalhando sob excesso de estresse, sem saber quando irão parar, podendo provocar graves acidentes.”
A greve que mobilizou as várias empresas fez o governador Tarcísio acordar cedo, chamar seus subordinados e chamar a imprensa para dar a versão dele para os fatos. Antes das 8h, estavam todos “disponíveis”.
Desde setembro, várias entidades de SP promovem um plebiscito para ouvir a população e fazer o debate sobre a venda das empresas paulistas. Existem, pelo menos, 1.500 urnas espalhadas pelo Estado.
Várias entidades apoiam o plebiscito e têm ajudado na coleta de assinaturas sobre o tema. Entre elas, está o Sindicato dos Engenheiros no Estado de SP.
Assembleia – Os trabalhadores discutem o movimento ainda hoje, em assembleia, às 18 horas.
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MAIS – Acesse o site do plebiscito sobre a vendas das estatais.