Todos os cidadãos que se deslocam até o ponto de ônibus com certeza pretendem chegar em um destino pra cumprir um objetivo, seja trabalhar, resolver pendências domésticas, cuidar da saúde ou desfrutar o lazer – e quase sempre com horário marcado. Boa parte das empresas oferece o transporte aos seus trabalhadores, pois não dá para depender do transporte público quando se pensa na pontualidade. Quando a empresa não oferece o transporte gratuito, a legislação obriga que seja custeado parte do valor do transporte coletivo para os trabalhadores, mas aí não se pode contar com a pontualidade.
Além da pontualidade, há a questão da capilaridade: em Limeira, SP, por exemplo, o transporte público simplesmente não chega a alguns pontos. Conversando com comerciantes da região central da cidade, ouvi inúmeras reclamações sobre o difícil acesso do transporte público a alguns bairros. Os problemas que envolvem este tema em Limeira não são novidade.
Sempre defendi que o transporte público deve ser gratuito, por entender que os impostos pagos por toda a sociedade do município são mais que suficientes para o financiamento do sistema. E os benefícios seriam enormes para todos, usuários ou não. Diminuiria o trânsito na cidade, melhoraria a qualidade do ar, a gestão poderia ser flexível, mudando linhas a partir de necessidades específicas, etc… Em vez de conceder ou terceirizar, tendo que fazer repasses constantes às empresas vencedoras das licitações, o município deveria subsidiar integralmente o transporte público, assumindo a gratuidade e a qualidade do mesmo, em todos os sentidos!
A exemplo de algumas cidades, como São Paulo, Limeira podia começar isentando o pagamento de passageiros aos domingos, e agora nos feriados de Natal e Ano Novo. Seria um bom começo. E é preciso fazer com que os circulares circulem – me disseram que é comum esperar até duas horas para conseguir um ônibus nos finais de semana!
Uma gestão em órgãos públicos deve ser medida pelo atendimento que se proporciona a toda a sociedade, principalmente para os que mais precisam.
Artur Bueno de Camargo – Presidente da CNTA Afins