Dia 3 de novembro de 1930, a Revolução conduzida pelas forças da “Aliança Liberal” consolidou sua vitória. Naquela data, o governo provisório era assumido por Getúlio Vargas, derrotando os conservadores e iniciando uma nova ordem política, econômica, educacional e jurídica no País.
Se Getúlio venceu, quem foi derrotado? Basicamente, as oligarquias rurais, da chamada “república do café com leite”. Ou seja, os grandes proprietários de terra de São Paulo e Minas, herdeiros da elite rural escravagista e saudosos do tempo em que, como canta Geraldo Vandré em Disparada, eram “donos de gado e gente”.
O presidente Getúlio concentrou o poder em suas mãos, fortaleceu a aliança com os militares nacionalistas, estimulou a burguesia produtiva nacional e construiu uma relação duradoura com a classe trabalhadora.
Foi no governo revolucionário que os trabalhadores passaram, pela primeira vez, a ter voz na vida nacional. Getúlio criou o Ministério do Trabalho, o Senai, normatizou a jornada de trabalho, instituiu o salário mínimo, garantiu à mulher o direito de votar e promulgou a legislação trabalhista, por meio da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.
Getúlio era visionário e sabia que o Brasil poderia ser uma potência industrial. Para tanto, quando surgiram sinais de que viria a Segunda Guerra Mundial, ele negociou com os Estados Unidos a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, que forneceu o aço então imprescindível à produção industrial.
Movidos pela força do sentimento revolucionário, Getúlio e seus ministros começaram a criar as bases do Estado brasileiro. Para tanto, a obrigatoriedade do ensino primário público foi estabelecida e foram criados o IBGE, o Banco BNDE (hoje BNDES), o Ministério da Indústria e Comércio, o Ministério da Educação e Saúde Pública e outros institutos que seriam pilares de um Estado moderno e transformador da vida nacional.
Getúlio Vargas era um fazendeiro de porte médio no Rio Grande do Sul. Formou-se em Direito, atuou como advogado e depois exerceu a função de promotor público. Antes, havia sido deputado pelo Rio Grande do Sul, onde forjou sua visão política e defendeu projetos avançados para a época, como o saneamento básico.
Como boa parte do Brasil era despovoado, com a população muito dispersa, o governo Vargas criou a Rádio Nacional, que tocava música brasileira, incentivava a cultura popular e criava pela primeira vez uma identidade nacional, de Norte a Sul, de Leste a Oeste.
As elites tentaram derrubar Getúlio, desmanchar a CLT e acabar com o salário mínimo. E até hoje, essa direita ataca o que chama de “Era Vargas”. Mas o legado de Getúlio resiste, porque ele amava o Brasil e deu a vida pelo bem do povo brasileiro.
Josinaldo José de Barros. Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.









