Audiovisual cresce, mas pede regulamentação

0
37

Segundo o estudo “A Contribuição Econômica da Indústria Audiovisual do Brasil em 2024”, da consultoria Oxford Economics, divulgado dia 8, o setor movimentou R$ 70,2 bilhões (US$ 13,1 bi) no PIB do País e foi responsável por 608.970 empregos diretos, indiretos e induzidos.

O levantamento aponta que o número de trabalhadores diretamente ocupados na área é equivalente ao da indústria farmacêutica e supera em mais de 50% o total nas montadoras de automóveis no País.

Seu impacto econômico alcança outros setores: a cada R$ 10 milhões produzidos pelo audiovisual, outros R$ 12 milhões são movimentados em diferentes cadeias da economia.

Trabalhadores – O estudo da Oxford não trata de temas relacionados à categoria profissional, representada por várias entidades. A maior, e mais consolidada, é o Sindcine – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal.

Sonia Santana preside o Sindcine e critica a falta de diálogo por parte de órgãos governamentais. O Sindicato também pleiteia formação técnica continuada. Para trabalhar no setor, o profissional precisa de registro profissional, DRT.

Problemas – A grande queixa dos profissionais da publicidade e do cinema é a jornada abusiva, muitas vezes superior a 12 horas. “Isso gera estresse e todos os problemas decorrentes disso”, informa Sonia, que recentemente se reuniu na Fundacentro, a fim de tratar dessa e outras questões.

O financiamento das produtoras é outro problema. Sonia Santana, profissional com larga experiência no setor, diz: “Hoje, as produtoras estão descapitalizadas. Não temos aqui no Brasil, em nossa área, a figura do investidor. A dependência do governo é exagerada”. Essa descapitalização gera atrasos em pagamentos de cachês e outros problemas, “fazendo com que o profissional só receba depois que a produtora receber pelo trabalho realizado”.

CCT – Outro problema é o relacionamento com os setores patronais. “Temos uma Convenção Coletiva assinada e efetiva no Estado de São Paulo. Mas em outros Estados não é a regra. Agora mesmo houve problema, em outro Estado, com uma profissional muito qualificada, e uma advogada alegou que a Convenção não tem eficácia”.

Sonia Santana concorda que o audiovisual está crescendo. “Mas cresce desregrado”, alerta.

MAIS – Site do Sindcine. Estudo da Oxford Economics.