Em meio à recessão econômica, inflação e desemprego, o lucro dos bancos segue quebrando recordes. É o que aponta o Sindicato dos Bancários de SP e região. Segundo a entidade, Banco do Brasil, Santander, Bradesco e Itaú, juntos, somaram R$ 157 bilhões de lucro em meio à pandemia da Covid-19.

De acordo com o Sindicato, as receitas cresceram devido à elevação dos juros e das tarifas bancárias. Além disso, outro ponto que preocupa é o fechamento de agências e vagas de emprego no setor.

Balanço da entidade sindical aponta que no Banco do Brasil, por exemplo, mais de 7 mil postos de trabalho foram fechados em 2021. Já no Bradesco, 2,3 mil vagas foram encerradas. No Itaú, que teve crescimenti de 45% nos lucros, os bancários reclamam de sobrecarga de trabalho.

No Santander, as despesas com os trabalhadores caíram 1,7% enquanto o banco registrava lucro.

De acordo com a secretária-geral do Sindicato dos Bancários, Neiva Ribeiro, as demissões seguem um caminho totalmente oposto ao que apresentam os relatórios de lucro dos bancos.

“O banco não tem por que demitir com esses resultados. Muito pelo contrário. Tanto Bradesco quanto outros poderiam contratara mais para contribuir com a geração de empregos, o que beneficiaria o País e faria com que atendessem melhor a população”, afirma Neiva, que é funcionária do Bradesco.

Terceirizados – Lucimara Malaquias, diretora do Sindicato e empregada do Santander, explica que o banco contratou cerca de 4,2 mil novos funcionários. Apesar disso, a maioria é de terceirizado. Isso explica a queda de 1,7% no gasto com pessoal, apesar de 26,9% do lucro global ser registrado no Brasil.

“As agências permanecem com poucos funcionários, sobrecarregados, adoecidos, sofrendo assédio e uma pressão absurda por metas. É o Santander reduzindo a remuneração e cortando direitos para majorar seu resultado às custas dos trabalhadores que constroem o lucro do banco dia após dia”, conclui a dirigente.

MAIS – Acesse o site do Sindicato dos Bancários de SP.