Gera protestos a reação, em bloco, dos bancos, contra a redução da taxa de juros para aposentados na modalidade empréstimo consignado. A taxa, por decisão de Conselho no Ministério da Previdência, cai de 2,14% ao mês para 1,70%. Observe que a taxa Selic está em 13,75%. A nova taxa, acumulada em 12 meses, renderia juros de 23% ao ano para o banco.
As Centrais Sindicais publicam Nota que repudia a reação da banca, mal-acostumada ao rentismo deslavado.
A NOTA:
Extorsão e chantagem contra aposentados
As Centrais Sindicais manifestam indignação e condenam a chantagem dos bancos de suspender o crédito consignado para aposentados, após a redução das taxas por parte do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS). A atitude dos bancos demonstra que a sede por lucros não tem limites, e é inaceitável que os aposentados e pensionistas sejam prejudicados dessa forma.
O crédito consignado é uma linha de crédito com baixa taxa de inadimplência, e o desconto é em folha, o que torna a operação mais segura e acessível. A suspensão prejudica, principalmente, os aposentados e pensionistas que precisam de crédito para complementar suas rendas, e que não têm alternativas de crédito.
Ante essa situação, as Centrais cobram do Governo a utilização do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal pra garantir as linhas de crédito a aposentados e pensionistas que precisarem com as novas taxas em vigência. É necessário que o Estado assuma sua responsabilidade social e garanta o acesso para aposentados e pensionistas.
E não ceda a um grupo de bancos que não aceita diminuir seus lucros em tempos tão difíceis para o povo.
Nos últimos quatro anos, os bancos lucraram 338,5 bilhões de Reais, quase 100 bilhões só no último ano, enquanto 33 milhões de brasileiros estavam ao relento. Os bancos que hoje viram as costas àqueles que tanto contribuíram para o País são os mesmos que lideram as denúncias de assédio bancário com insistentes ofertas de crédito para aposentados.
A decisão do CNPS e do ministro Carlos Lupi está de acordo com os anseios da população que foi às urnas derrotar as medidas antipovo dos últimos anos. É preciso que o Governo atue de forma firme pra garantir os direitos da classe trabalhadora, e não ceda aos interesses do mercado financeiro.
ATOS – As Centrais convocam a classe trabalhadora para os atos pela redução da taxa de juros e por direitos. Não aos abusos dos bancos! Sim à garantia do acesso ao crédito para aposentados e pensionistas!
São Paulo, 16 de março de 2023
Sérgio Nobre, CUT.
Miguel Torres, Força.
Ricardo Patah, UGT.
Adilson Araújo, CTB.
Moacyr Auersvald, Nova Central.
Antonio Neto, CSB.
PROTESTO – Terça, dia 21, às 10 horas, o movimento sindical protesta em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista, “por menos juros e mais empregos”.