Em média, a mulher ganha 21% menos que o homem.
Quando se trata de trabalhadora negra, sua renda é a metade do salário masculino. Mesmo no serviço público, onde são 42% da massa do funcionalismo, a mulher ganha 15% a menos.
Esses dados foram divulgados na live do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, quinta (16), pela economista Patrícia Lino Costa, do Dieese. Ela também coordena a pesquisa mensal dos preços dos cesta básica em 17 Capitais.
Com relação ao salário mínimo, pesquisa do IBGE do ano passado mostra: 43% das mulheres ganhavam até um mínimo.
Pela cor, os indicadores eram: 52,7% das negras recebiam até um mínimo e 32,4% das brancas ficavam na mesma faixa salarial.
Principais trechos:
AVANÇOS – “Os avanços tem acontecido, mas de forma lenta. A melhoria geral da condição das trabalhadoras depende do governo, do sindicalismo e do engajamento da própria sociedade”.
LULA – “O governo atual é mais sensível às demandas femininas. Lula já adotou várias medidas que beneficiam a mulher, especialmente a mais pobre. O conjunto de medidas anunciado pelo governo no Dia Internacional da Mulher – 8 de Março – beneficia um grande número de mulheres”.
PODER – “Dentro das fábricas, ou mesmo nos órgãos públicos, como Secretarias de governo, por exemplo, há poucas mulheres em cargos de chefia ou com poder de decisão. Mas a mulher é maioria da população e também do eleitorado”.
JORNADA – “O acúmulo da jornada profissional com as tarefas domésticas toma grande parte do tempo das mulheres. Por isso, muitas têm reais dificuldades de participar das mobilizações sindicais, reuniões, seminários e outros eventos. Esse problema é real”.
SINDICALISMO – “As lideranças atuais precisam atuar para ampliar a presença da trabalhadora nas direções das entidades. Hoje, na indústria brasileira, a mulher já representa 30% da mão de obra ocupada”.
APOIO – “Entre a faixa mais pobre, muitas mães ou mesmo avó são arrimo de família. A renda média dessas pessoas é R$ 780,00, ou seja, abaixo do valor da cesta básica para uma pessoa na cidade de São Paulo”.
INFORMALIDADE – “É alta entre as trabalhadoras. A pesquisa do IBGE de 2022 mostra o seguinte quadro: 65% contribuíam com a Previdência, 48,8% tinham Carteira assinada, 43,3% eram informais, ou seja, não tinham Previdência e outras proteções”.
NÚMEROS – “No terceiro trimestre de 2022, a Pesquisa PNAD do IBGE apontava a existência de 89,6 milhões de mulheres acima dos 14 anos, das quais 47,9% faziam parte da força de trabalho”.
HOMENS – “As mulheres debatem seus problemas e demandas em encontros e seminários com trabalhadoras. Mas eu entendo que esse debate deve chegar também aos homens, para que os companheiros compreendam melhor a situação da mulher e somem forças na luta por direitos, por igualdade salarial, por oportunidades e contra o assédio”.