De acordo com dados da Pnad Contínua do IBGE, 80% das vagas criadas no Brasil desde 2020 são informais. Ou seja, sem direitos. Desses, cerca de 53% recorrem às chamadas atividades por conta própria, como vendedores ambulantes. Esses trabalhadores também sofrem com a queda de renda.
A pesquisa aponta ainda que o número de pessoas trabalhando cresceu 8,6% no trimestre encerrado em julho. Porém, o rendimento médio caiu 8,8% em comparação com o mesmo período de 2020. Segundo a Pnad, são R$ 242,00 a menos no fim do mês para o trabalhador. O salário médio é de R$ 2.508,00.
Dieese – Todos os meses, o Dieese publica pesquisa mensal sobre os valores da cesta básica de alimentos. No balanço divulgado pela Agência Sindical, dia 7, das 17 Capitais pesquisadas, 11 registraram aumento no valor da cesta. Isso reflete diretamente no custo de vida e no salário mínimo.
Na pesquisa, a entidade aponta que o salário mínimo necessário para uma família de dois adultos e duas crianças seria de R$ 5.657,66 – ou seja, 5,14 vezes mais que o salário vigente (R$ 1.100,00). Enquanto isso, os informais não têm certeza sobre qual seu salário a cada mês.
O Dieese diz ainda que há determinação constitucional que estabelece que o piso mínimo deva ser suficiente pra suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
O diretor-técnico da entidade, Fausto Augusto Junior, explica que com a redução no poder de compra do brasileiro e o aumento do custo dos alimentos acabam mandando o trabalhador para a lista da inadimplência. “Você precisa de mais renda pra consumir aquilo que não faz parte de alimentos e acaba se endividando com outras contas”, afirma Fausto.
Desemprego – A Pnad Contínua informa, além do aumento da criação de vagas informais, que a taxa de desemprego no País caiu para 13,7%. No total, são 14,1 milhões de brasileiros desempregados e 31,7 subutilizados.