Depois da derrota maiúscula que o movimento sindical teve com a aprovação na CCJ do Senado do jabuti de Rogério Marinho (que praticamente inviabiliza as contribuições dos trabalhadores aos Sindicatos nas negociações coletivas) dois extremos devem ser evitados: o desespero niilista e o relaxamento, ambos paralisantes.
Foi uma batalha perdida cujos desdobramentos podem ser ainda piores, mas que exige resposta imediata e inteligente das direções sindicais.
De saída, a constatação da esperteza e persistência do senador Marinho, que procura criar um verdadeiro bloco antissindical no Congresso, reforçando assim sua posição de líder do bolsonarismo em ambas as Casas congressuais.
O trabalho contínuo de conversas com os senadores e deputados, demonstrando que o jabuti vai de encontro às posições do STF, da Conalis e do bom senso é urgente.
E, de modo estratégico e fundamental, deve-se incrementar a “subida” às bases, reforçando os laços entre as direções sindicais e os trabalhadores, mobilizados e orientados.
Naqueles Sindicatos em que os acordos coletivos nas empresas têm garantido as contribuições dos trabalhadores esta prática deve ser reforçada obtendo recursos para os Sindicatos e fazendo vivo o lema “a luta faz a lei”.
Ao mesmo tempo, as direções sindicais, discutindo com representantes do empresariado (atualmente em fúria interesseira contra o governo), devem persistir em obter consenso em uma regulamentação possível para garantia de contribuições sindicais legais de todos os trabalhadores em assembleias representativas.
Reconhecer a derrota, avaliar as dificuldades, mas perseverar na luta unitária e inteligente, eis o comportamento desejável das direções sindicais.
João Guilherme Vargas Netto, Consultor de entidades sindicais de trabalhadores.