O acidente ocorrido na obra da Linha 6-Laranja do Metrô, com a abertura de cratera na Marginal Tietê, na região da Freguesia do Ó, Zona Norte de SP, poderia ter sido evitado caso houvesse fiscalização e soluções de engenharia. É o que afirma o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp).
Segundo Emiliano Stanislau Affonso Neto, engenheiro da estatal e diretor do Seesp, a Parceria-Público-Privada dessa obra é diferente do que ocorre no resto do mundo, já que a construção, operação e implementação da linha está a cargo da empresa concessionária, sem acompanhamento próximo da Companhia. “É uma PPP sem essa participação. E o Metrô-SP é muito exigente, é difícil dar problema”, afirma.
Já para Nestor Tupinambá, profissional aposentado e também dirigente do Sindicato, esse acidente poderia ser apresentado como crônica de um desastre anunciado. Ele diz: “Muitas estações terão escavações muito profundas, com mais de 50 metros abaixo da terra. Além de encarecer o projeto, requer mão de obra especializada”.
Hipóteses – Os dirigentes do Sindicato apontam que uma das regras básicas de segurança não foi seguida momentos antes do acidente, que é manter uma distância segura de 20 metros entre o shield (tatuzão) e os interceptadores de esgoto.
“Pelas informações que tivemos, o shield passou a uma profundidade de cinco metros da galeria em direção ao seu poço de saída”, revela Nestor Tupinambá. O engenheiro explica que a passagem do tatuzão provavelmente ocasionou na ruptura da tubulação. “A coletora da Sabesp era novinha, inaugurada em 2018. Não tinha como não estar no cadastro”, ressalta.
Medidas – O sindicalista conta que para as próximas obras do metrô, algumas medidas de segurança podem ser utilizadas, como rebaixar o shield conforme a regra básica, reforçar a galeria com injeção de cimento, tubo de aço ou estacas raiz, integrando-a à estrutura. Ele conclui lembrando a importância da Companhia acompanhar de perto e fiscalizar as obras para evitar novos acidentes.
MAIS – Acesse o site do Seesp.