Funcionários da Embraer aprovam greve contra demissões em massa

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Em assembleia na quinta (3), os trabalhadores da Embraer aprovaram a deflagração do estado de greve contra as demissões anunciadas pela empresa e estabilidade no emprego. Como a legislação brasileira proíbe demissões de grevistas, os cortes dos 2.500 funcionários anunciados pela empresa, ficam suspensos.

A Embraer pegou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região de surpresa, com o anúncio de que iria dispensar 900 funcionários, que se somariam aos 1.600 demitidos por meio de três PDVs (Programa de Demissão Voluntária), que se encerrou na quarta-feira.

A assembleia, que aconteceu em frente à sede da empresa, foi convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos e pelo Sindicato dos Engenheiros. Os trabalhadores também querem o fim dos supersalários de executivos da empresa.

Segundo informação do Sindicato dos Metalúrgicos, documento da Embraer, anexado ao processo da 3ª. Vara Federal de São José dos Campos, “mostra que há três salários superiores a R$ 1 milhão por mês na empresa. Um deles chega a R$ 2.170.666,62 e é descrito no documento como sendo de um conselheiro”.

O documento registra ainda 46 salários superiores a R$ 100 mil e 127 superiores a R$ 50 mil (dados de abril), conforme denuncia o sindicato.

 A Embraer emprega 20 mil funcionários nas unidades paulistas de São José dos Campos, Taubaté, Campinas, Sorocaba, Gavião Peixoto, Botucatu e Campinas, além de fábricas em Belo Horizonte e Florianópolis.

Mesmo assim, a empresa alega os impactos negativos da pandemia do novo coronavírus na economia global e o cancelamento da parceria com a Boeing para justificar as demissões.

De sexta até sábado (5), o Sindicato realiza assembleia virtual para referendar a greve, aprovada dia 3. “Mais uma vez, o Sindicato convoca os trabalhadores da Embraer para exercer a democracia operária.

É importante que todos participem da votação. Essas demissões são inaceitáveis. A crise vivida pela empresa não foi provocada pelos trabalhadores, mas pelo Conselho Administrativo. Eles sim é que têm de pagar por essa crise”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.