De La Paz, o periodista e escritor brasileiro Leonardo Wexell Severo avalia o que significa, para os locais e demais latino-americanos, a vitória do MAS (Movimento ao Socialismo) e o resgate do projeto liderado por Evo Morales. A derrota eleitoral dos golpistas fortalece as perspectivas de luta do campo progressista na região.
Seu depoimento veio em mensagem de voz, a quente, ainda sob a emoção da acachapante vitória de Luis Arce, futuro presidente boliviano.
FALA, GAÚCHO!
Primeiro lugar, gostaria de saudar a equipe da Agência Sindical pelo empenho, responsabilidade e compreensão acerca do papel da integração latino-americana.
E, nesse sentido, a Bolívia nos dá um exemplo de luta contra o imperialismo, da defesa dos recursos naturais, de defesa da democracia e da sua soberania.
Não é qualquer povo que consegue, passados 11 meses, derrotar um golpe. Golpe armado pelos meios de comunicação e a alta cúpula militar. Armado por aqueles que queriam roubar o seu lítio, um produto estratégico que vai lhes permitir, assim como lhes permitiu a nacionalização dos hidrocarbonetos, dar um salto na qualidade da sua saúde, da educação, do desenvolvimento científico-tecnológico. Acho que esse é o ponto principal a ressaltar.
A contribuição dessa festa democrática é a contribuição que a Bolívia e os bolivianos dão para derrotar as pretensões, a arrogância, a soberba, o racismo de setores, que, dando as costas à realidade, tentam impor um mundo que já não lhes pertence.
Eu considero fundamental, neste momento, nós ampliar a luta pela democratização da comunicação para que as informações fluam e nos potencializem, nos enriqueçam, nos estimulem a lutar também por um Brasil dos brasileiros.
A Bolívia agora volta a ser dos bolivianos, sem a arrogância, prepotência e o racismo, e isso motiva a integração com os argentinos, os chilenos, com os peruanos. E isso estimula o conjunto de eleições, nos próximos meses na nossa América Latina, apontando um caminho, um horizonte, que é o horizonte de darmos as mãos com figuras como David Choquehuanca e Luis Arce, que são pessoas simples, do povo e comprometidas com a libertação nacional e a construção da pátria grande. Viva a Bolívia!