A Conclat de 1981 ainda é uma história aberta. Muitos de seus personagens, como Magri, Lula, Jacó Bittar e Hugo Perez, estão por aí, com muita coisa pra contar.

Hoje, quem fala à Agência Sindical é o ex-eletricitário, ex-ministro do Trabalho e presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física do Estado de SP, Antonio Rogério Magri.

A história – Os patrões tinham feito a conferência deles. O Hugo, que presidia a Federação dos Urbanitários do Estado de São Paulo, participou de encontro com o general Geisel em Brasília e, num gesto de audácia, pleiteou a conferência dos trabalhadores.

O ambiente – Era ditadura. A Conclat foi realizada em junho de 1981, mas sua autorização havia sido obtida antes, no governo Geisel.

As condições – Havia muita vontade do sindicalismo de fazer um encontro amplo, que definisse rumos. Havia muitas correntes. Mas havia, acima de tudo, a vontade de recuperar a democracia que nos fora tomada em 1964.

Central – Queríamos sair da Conclat com as condições pra criar uma única Central. Hoje, vejo dificuldades. Tem Central demais. Três já representariam o conjunto da classe trabalhadora.

Organização – Esperávamos dois mil delegados na primeira Conclat; compareceram cinco mil. Precisávamos de comida e alojamento. As Colônias na Praia Grande eram insuficientes.

Dinheiro – Eu dirigia o Instituto Cultural do Trabalho, pró-americano. Consegui no ICT dinheiro pra parte da hospedagem nas Colônias. Fui aos Estados Unidos. O sindicalismo norte-americano bancou as despesas com transporte – vinham ônibus do Pará, Rio Grande do Sul e outras partes distantes.

Alimentação – Fui conversar com o governador Paulo Maluf. Ele autorizou a Eletropaulo a oferecer café da manhã, almoço e jantar os quatro dias. A comida chegava em caminhões.

Colchões – Não havia lugar pra todos nas Colônias. Saí da Praia Grande, vim pra São Paulo e comprei mil colchões. O pessoal levou pra praia e dormiu lá. Ainda bem que fez tempo bom.

Conclat 2022 – Necessária, pra formatar a Pauta da Classe Trabalhadora, ajustar as posições das Centrais e organizar o bloco trabalhista contra o bolsonarismo, que nos vê como inimigos.

Unidade – Grandes pactos, buscando unidade, exigem, além de pauta, lideranças fortes. Hoje não temos mais um Lula, um Joaquinzão, um Hugo Perez, um Zé Francisco.

MATÉRIA ESPECIAL – Acesse o site da Agência Sindical. Sexta-feira, dia 18.