Mesmo com a suspensão da paralisação dos médicos da Atenção Primária da Capital, que estava marcada para quarta (19), o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) manteve o estado de mobilização permanente, e cobra da Prefeitura de SP mais agilidade nas negociações com a categoria.
A paralisação foi cancelada após ação da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Saúde junto ao Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP). Mesmo assim, o Simesp não foi indiciado oficialmente, sendo notificado somente através da imprensa. A categoria entende que a ação foi arbitrária e um cerceamento ao direito de greve.
O Sindicato afirma que a greve foi suspensa devido à possibilidade de abertura de negociação das reivindicações dos médicos atuantes nas UBS, sob intervenção do Ministério Público.
A data para audiência de conciliação, 27 de janeiro, foi considerada como um prazo exagerado e incompatível com o aumento dos casos de Covid-19 e sobrecarga dos equipamentos de saúde e dos profissionais. Por isso, o Sindicato dos Médicos solicitará o adiantamento da audiência.
Sobre a celeridade para negociação, o presidente do Simesp, Victor Dourado, alerta para o colapso do sistema de saúde. “As medidas não podem ser para daqui um ou dois meses. Elas têm que ser tomadas agora!”
Conquistas – A mobilização dos médicos é considerada positiva. Logo após o anúncio da paralisação, a categoria conquistou o pagamento das horas extras e o anúncio das 700 contratações pela Secretaria de Saúde que, apesar de não se destinar às UBS, são frutos desta luta.
Reivindicações – Os médicos da Atenção Primária à Saúde da capital possuem quatro reivindicações. São elas: 1) contratação imediata de mais equipes; 2) garantia de condições mínimas de trabalho; 3) desobrigação de comparecimento em finais de semana e feriados; 4) retomada dos espaços de discussão entre Sindicato e Prefeitura.
“Do Natal pra cá, explodiu o número de casos de doenças respiratórias. Os médicos estão sobrecarregados. E quem sofre é a população, que acaba sem atendimento”, conclui o dr. Victor Dourado.
MAIS – Acesse o site do Sindicato dos Médicos de SP.