A Ford vai encerrar a produção no País. A montadora fechará as fábricas de Camaçari, Bahia, Taubaté, interior de SP, e Horizonte, Ceará. O sindicalismo condena a postura da empresa.
Nesta quarta (13), as Centrais Sindicais se reúnem pra avaliar os danos à economia e aos empregos. A ideia é, além do repúdio, propor um leque de ações pra enfrentar o problema.
A Força Sindical diz em Nota que a decisão pode agravar a pobreza no País. Para Miguel Torres, presidente da Central e da Confederação dos Metalúrgicos (CNTM), a multinacional decide sem diálogo com os Sindicatos que representam as bases. “Esperamos que governo federal e governos estaduais intervenham pra cobrar da Ford o compromisso produtivo com o País e recuo dessa decisão maléfica”, ele afirma.
CTB – Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, alega que as justificativas da Ford ignoram os bilionários recursos que recebeu do Estado brasileiro. “Ainda que os governos Temer e Bolsonaro não tenham investido na indústria, a Receita Federal estima que os incentivos à fabricante foram de R$ 20 bilhões, entre 1999 e 2020”, diz.
UGT – A União Geral dos Trabalhadores também lamenta a tragédia social no Brasil, que trará aumento no desemprego e crescimento da informalidade. Em nota assinada por Ricardo Patah, a entidade afirma que o governo foi pego de surpresa porque quis. “O que vale é a eleição de 2022, e a coisa foi deixada de lado. Agora, veio a conta”, adverte a UGT.
Metalúrgicos – Vice do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, Josinaldo José de Barros (Cabeça) alerta que o fechamento da Ford pode afetar toda a cadeia produtiva. Ele diz: “Muitas empresas da nossa base fornecem peças. Tememos demissões em Guarulhos e região”.
Imprensa – Manchete do jornal O Globo desta terça destaca: “Ford sai do País culpando mau ambiente econômico”.