Seria risível se não fosse repulsivo e desgraçadamente horripilante. A forma com que os crimes praticados pelo regime nazi-sionista de Netanyahu são deliberadamente tapeados por narrativas deturpadas e, acima de tudo, desumanizadoras expressa o que há pior do ponto da manipulação midiática, doutrinação política, invibilização humana e alienação ideológica.
Não há palestinos, existe somente o Hamas; tampouco subsistem libaneses, apenas temos o Hezbollah. No lugar de rostos, sujeitos, famílias, vidas, tão somente e apenas uma face mal reconhecível, coberta com máscaras negras ou trapos, síntese do Mal encarnado em forma de terrorismo e islamismo.
Na escalada de uma guerra com feições típicas de um genocídio brutal, a substituição de povos e pessoas por entidades malignas e cuja única resposta está na mira de fuzis, canhoneiras, drones e mísseis, se torna natural o extermínio e a apatia (negacionismo?) frente ao massacre cotidiano e covarde.
Nas letras, vozes e imagens tomadas da cobertura jornalística predominante e hegemônica, não existe amor na Faixa de Gaza ou ao Sul do Líbano. Os monstros intentaram êxito: na pseudonarrativa criminosa e psicopata dos senhores da guerra e da morte, a culpa – como costuma acontecer com os explorados, excluídos e oprimidos – pertence às vítimas.
É preciso deter a sanha assassina daqueles que fazem da mentira, do ódio e da violência, instrumentos de demonização do Outro e fins de legitimação para a agressão, roubo, pilhagem e destruição dos tênues e parcos vínculos que ainda sustentam os ideais inaugurados na tríplice estrutura histórica do Renascimento, Iluminismo e Socialismo.
Não é guerra Israel X Hamas, nem conflito Israel X Hezbollah, é guerra imperialista e prenúncio de uma Terceira Guerra Mundial. A denúncia deve ir além do ponto que chegamos, deve mobilizar e educar consciências, deve abrir portas diplomáticas e de negociação. É isso ou é a confirmação da barbárie.