Quinta (28), o Comando Nacional dos Bancários se reuniu com a Federação dos Bancos (Fenaban) pra dar continuidade às negociações da Campanha Nacional da categoria. Em pauta, a discussão sobre segurança nos bancos. Apesar da tentativa dos trabalhadores de propor criação de um Grupo de Trabalho específico sobre o tema, o setor patronal se recusou a debater.
Segundo Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional, há desrespeito às legislações e os bancos têm retirado portas de segurança e vigilantes de agências. “Hoje, vemos outras modalidades de violência, que muitas vezes não têm a ver com assaltos, mas com agressões sofridas por bancárias e bancários”, explica.
Por outro lado, a Fenaban alega que houve redução de 98,5% no número de assaltos a bancos, de 2000 a 2021. O setor patronal propõe, também, que a representação dos trabalhadores se junte aos bancos e atuem contra as normas estaduais e municipais de segurança que exijam aparatos além dos previstos na Lei 7.102/1983, que regulamenta a profissão bancária.
Ivone discorda: “Os casos reduziram justamente por causa dos sistemas de segurança. Não há porque mexer em time que está ganhando. Além disso, com o aumento dos registros e da venda de armas nos últimos anos no País, não vai demorar muito para que as agressões descambem para situações mais graves”.
Para Elias Hennemann Jordão, coordenador de segurança da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), essa proposta da Fenaban é totalmente inoportuna.
“Existe uma preocupação com a retomada da violência. Por isso, entendemos que, se abrirmos mão de aparatos de segurança e de vigilantes neste momento, estaremos colocando em risco a categoria e os clientes”, ressalta o sindicalista.
MAIS – Site da Contraf-CUT.