A Polícia Civil de SP acumula perdas sucessivas de profissionais.
O déficit nos quadros das delegacias, por exemplo, alcançou um novo recorde no estado em novembro deste ano, com um total de 16.149 cargos vagos.
Quem faz a denuncia é o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) que criou o “Defasômetro”. A ferramenta contabiliza as perdas em Recursos Humanos sem reposição.
Atualmente, dos 41.912 cargos previstos para a Polícia Civil, somente 25.763 estão ocupados, o que representa um déficit de 38,5%. Cinco anos atrás, quando a defasagem já era considerada elevada, o índice era de 27,2%, alerta a presidente do Sindpesp, a delegada Jacqueline Valadares. “São 16 mil profissionais a menos. A alta defasagem impacta na investigação de crimes, na segurança do cidadão e nas condições de trabalho do agente, que fica sobrecarregado”, ela afirma.
A carreira com mais cargos vagos, de acordo com o Sindicato, é a de investigador (3.994), seguida da de escrivão (3.805). A função de agente policial (1.510) é a terceira com maior defasagem, quase empatando com as carreiras de delegado (958) e de agente de telecomunicações (953).
A pesquisa mostra, ainda, que 98 policiais se desligaram das funções em novembro, em sua maior parte, por aposentadorias ou exonerações. No período, e a exemplo do que ocorre nos últimos anos, apesar da existência de candidatos aprovados em concursos para a Polícia Civil, não foram realizadas nomeações por parte do Estado para recompor o quadro.
“É necessário ter uma reestruturação, que incentive este policial a permanecer na carreira. As desistências são preocupantes”, alerta a dirigente.
A presidente do Sindpesp aponta outros três grandes problemas no setor: desvalorização salarial, falta de investimento em material e em investigação. “Há uma grande preocupação do estado para o acesso da população no registro do Boletim de Ocorrência. Contudo, não há o mesmo empenho em estruturar equipes que possam instaurar os inquéritos e investigar os conteúdos dos Boletins de Ocorrência”, denuncia Jacqueline.
MAIS – Acesse o site do Sindpesp.