Delegacias e viaturas abandonadas, distritos funcionando sem delegados e população atendida por estagiários no lugar de policiais civis. Essa é uma amostra da situação enfrentada pela população do interior de São Paulo. A denúncia é do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindpesp).

No final de 2021, a entidade visitou os distritos policiais do interior paulista, a fim de ouvir os principais problemas enfrentados pelos profissionais da Segurança Pública. A situação em algumas regiões é caótica. Segundo a presidente do Sindicato, Raquel Gallinati, alguns distritos só estão abertos porque as Prefeituras cederam estagiários para atuar no atendimento.

“O déficit de pessoal da Polícia Civil de SP supera 15 mil. O resultado é que as delegacias não têm policiais para funcionar e estão abertas com estagiários. A situação é precária e coloca em risco a segurança da população”, denuncia a dra. Raquel.

Raquel conta que outro problema presente em 300 dos 645 municípios paulistas é a falta de delegados. Neste caso, o atendimento é realizado por profissionais de cidades vizinhas.

Salários – Uma das principais queixas dos profissionais é o salário defasado. Em comparação com delegados do resto do Brasil, os paulistas recebem a pior remuneração do País.

“Além do pagamento não ser condizente com as dificuldades e os riscos da carreira policial, o baixo salário afasta os aprovados em concursos, que preferem assumir vagas em outros Estados. Em alguns, chegam a pagar mais que o dobro de São Paulo”, afirma Raquel Gallinati.

Ofício – A fim de solucionar a defasagem e situação crítica nas delegacias do Estado, o Sindpesp irá protocolar nesta terça ( 8 ) um ofício no Palácio do Governo de SP, solicitando abertura de negociações com a categoria. Outras 12 entidades participarão do protocolo.

“Estamos unidos pra mostrar a realidade ao governador e solicitar diálogo pra solucionar a falta de estrutura e a necessidade de um plano de carreira que atenda as necessidades dos policiais”, conclui a presidente do Sindpesp.

MAIS – Acesse o site do Sindpesp.