O Sindicato dos Motoristas de São Paulo comemora a decisão judicial que determinou o retorno, em 48 horas, ao funcionamento de 100% da frota de ônibus da Capital.
A sentença proferida quinta, 16, pelo desembargador Fernão Borba Franco, da 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, atende a uma ação impetrada pelo Sindmotoristas.
Segundo o magistrado, após analisar as argumentações da entidade e estudos sobre o risco de contágio pelo novo coronavírus a cobradores, motoristas e passageiros com ônibus lotados, ficou evidente que a manutenção do serviço pela SPTrans e viações com frota reduzida é “irracional” – ainda mais com a retomada das atividades econômicas.
Presidente em exercício do Sindicato, Valmir Santana da Paz (Sorriso) afirma que, com a flexibilização da quarentena e o retorno das atividades econômicas na Capital, os reflexos no transporte público foram alarmantes. “Nossos trabalhadores ficaram desesperados, conduzindo veículos superlotados em tempos que se prega para evitar aglomerações”, conta o dirigente.
Segundo Sorriso, a situação coloca a saúde dos profissionais e de toda a sociedade em risco.
“O único modo de evitar essa exposição é aumentar a frota. Buscamos ser sensíveis o tempo todo. Tentamos negociar com o poder público e com as empresas, mas sem sucesso e precisamos recorrer à Justiça”, ele explica.
Para o deputado federal Valdevan Noventa, presidente da entidade licenciado, mais uma vez o Sindicato mostra a sua força e comprometimento com a categoria. “Nossas lutas foram constantes desde o início da pandemia.
Garantimos o emprego, a segurança e agora o retorno integral da frota. Os trabalhadores não serão mais obrigados a atuarem com veículos superlotados, ficando inseguros e mais vulneráveis à contaminação”, diz.
Contaminação – O coronavírus infelizmente continua fazendo vítimas entre a categoria. Levantamento recente da Secretaria de Saúde do Sindmotoristas aponta que os casos de contaminação não param de crescer.
Ao todo são 747 casos suspeitos, 208 confirmados e 52 mortes, sendo nove delas já confirmadas e outras 43 aguardando o resultado dos exames.
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