O aumento nos alimentos e outros produtos tem feito o trabalhador brasileiro procurar opções pra fugir da inflação e tentar driblar o custo de vida. Um setor que cresce é o atacarejo, que já é responsável por 40% das vendas de alimentos no País. Em média, os preços são 15% menores que nos supermercados.

Uma demonstração do crescimento desse tipo de estabalecimento é a compra de 70 unidades do Extra pelo Assaí, que é o vice-líder do setor, com vendas anuais de R$ 46 bilhões. Só atrás do Atacadão, que faturou R$ 59 bilhões em 2021.

Mapeamento feito pela NielsenIQ mostra que as vendas em grandes mercados, em valores, avançou 1,3% sobre o ano anterior, mas houve queda de 6,6% no volume. Já nos atacarejos o avanço em valor foi de 21,1%; o volume de vendas subiu 8,6%.

Frequência – Hoje, dois a cada três lares (66%) do Brasil compram em atacarejo. “A média de visitas é de uma vez e meia por mês. Significa que o público faz uma compra de abastecimento e, algumas vezes, volta para fazer compra de reposição”, conta Jonathas Rosa, líder de atendimento ao varejo da NielsenIQ.

Empobrecimento – Marcelo Neri, diretor do FGV Social, credita o crescimento do atacarejo também ao empobrecimento da população. Ele diz: “A renda do trabalhador caiu 10%. Então, é natural que se busquem pontos de distribuição mais em conta. O consumidor muda o local de compra para tentar baixar a inflação, mas, por exemplo, quem compra carne não vai deixar de comprá-la”.