O IBGE divulgou quarta (27) a prévia da inflação oficial do País. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15) para abril ficou em 1,73%, o maior já registrado desde fevereiro de 2003 e a maior para o mês desde 1995, no início do Plano Real. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 já marcou 12,03%.
Não bastasse a alta da inflação, o Banco Central apresenta propostas que pouco ou nada resolvem a vida do brasileiro. É o caso da taxa básica de juros (Selic). Para tentar conter o avanço inflacionário, o órgão eleva a taxa de juros. Mas, na visão do presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Antonio Corrêa de Lacerda, essa tática é errada.
“Juro alto é um mecanismo clássico de combate às elevações de preço decorrentes de pressão de demanda, o que não é o nosso caso. Nossa situação é exatamente inversa”, afirma Corrêa de Lacerda.
O economista explica que o aumento dos juros provoca efeitos prejudiciais, encarecimento do crédito e financiamentos privados, além da elevação do custo de rolagem da dívida pública. “Isso aprofunda a queda de demanda, afeta negativamente os demais aspectos, com o agravante que dificulta a situação fiscal do País, assim como das famílias e das empresas endividadas”, ressalta.
Antonio Corrêa de Lacerda, que também é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia Política da PUC-SP, acredita que a solução está na intervenção do governo na regulação de preços de produtos, itens e serviços. ” Cabe rever a política de preços de combustíveis, assim como resgatar os estoques reguladores de cereais, por exemplo, de forma a amenizar os choques citados”, conclui o professor.
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