A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alerta que o País corre risco de desabastecimento de óleo diesel no início do segundo semestre deste ano, em função da escassez de oferta no mercado internacional e baixo nível dos estoques em todo o mundo.

Apesar de ser autossuficiente na produção de petróleo, o Brasil ainda importa atualmente cerca de 25% das necessidades de diesel no mercado interno, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP).

De acordo com a FUP, a demanda brasileira irá aumentar a partir de junho, com o aumento da safra agrícola e maior circulação de caminhões. Segundo o coordenador-geral da Federação dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, essa dependência brasileira de insumos para o óleo diesel é reflexo da política equivocada do governo Bolsonaro.

“Grande parte do diesel importado pelo Brasil, cerca de 80%, é fornecido pelos Estados Unidos, que estão mandando muito produto para a Europa. Há a possibilidade real de faltar diesel no mercado brasileiro ou de o preço explodir no País”, explica o dirigente.

De acordo com o coordenador-geral da FUP, um dos erros cruciais do governo foi não ter concluíndo o segundo trem da Refinaria Abreu Lima (Rnest-PE), especializada na produção de diesel. “Errou também ao não investir no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), e ao não construir unidades de coqueamento em algumas refinarias do País, como a da Bahia, privatizada no final do ano pasado, que deveriam estar produzindo diesel ao invés de óleos combustíveis”, ressalta Bacelar.

Troca – Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a troca no comando da Petrobras, menos de 100 dias após a última troca. Para Deyvid Bacelar, essa é mais uma cortina de fumaça criada pelo chefe do Executivo.

“Não muda ou abandona a política de preço de paridade de importação, o PPI, porque não quer. Não é lei. É decisão do Executivo. A questão central é que o governo não quer arranjar briga, nem com o mercado, nem com os acionistas privados que, com o atual modelo, têm garantia de dividendos espetaculares”, conclui o sindicalista.

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