A luta pela aplicação do novo Piso Salarial Nacional, de R$ 3.845,63, é o que mobiliza trabalhadores da Educação em todo o País. Segundo o Dieese, foi o principal motivo das greves no setor durante o primeiro trimestre de 2022.

Se em janeiro houve um único registro de mobilização, em Fortaleza, no mês de fevereiro o número de paralisações aumentou para 39 e, em março, para 53. No total, foram registradas 93 greves no período.

O maior número de paralisações ocorreu na esfera municipal: 85. Nos Estados, foram sete. Já a Mobilização Nacional da Educação, convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em 16/03, envolveu profissionais de todos os níveis da administração pública.

A demanda por reajuste dos Pisos dos docentes e o menor valor de salário que pode ser pago dentro da categoria dominam a pauta de reivindicações da Educação (88%). O reajuste de salário (44%) e os planos de cargos, carreiras e salários (17%) também aparecem com frequência, quase sempre relacionados a esse item.

Em muitas greves, o reajuste do salário-base dos docentes repercute sobre a remuneração dos professores que recebem acima do Piso, para que se respeite a estrutura dos PCCS. Servem de incentivo às mobilizações pelo estabelecimento de um Piso Salarial, também regulamentado em lei, para os profissionais não docentes da Educação, além da reposição inflacionária nos salários.

Queda – As informações constam do último boletim De Olho nas Negociações, do Dieese. A publicação destaca também que os salários continuam perdendo para a inflação e sujeitos ao arrocho. A análise de 231 Convenções e Acordos Coletivos negociados por categorias com data-base em março de 2022 revela que 51,9% ficaram abaixo da inflação medida pelo INPC, do IBGE. Enquanto isso, 13,9% resultaram em aumentos reais dos salários e 34,2% conseguiram apenas recomposição do poder de compra.